Publicado em 12 de novembro de 2025 às 15:45
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou nesta quarta-feira (12) que continuará classificando facções criminosas como “organizações narcoterroristas”, “doa a quem doer”. A declaração foi feita após o recuo do deputado Guilherme Derrite (PP-SP), relator do projeto de lei Antifacção (PL 5582/2025), que decidiu não incluir as ações desses grupos armados na Lei Antiterrorismo após pressão do governo federal.>
Durante uma sessão solene no Congresso Nacional em homenagem à megaoperação realizada no final de outubro nas comunidades da Penha e do Complexo do Alemão, Castro defendeu a atuação das forças de segurança fluminenses e voltou a cobrar reconhecimento nacional para o enfrentamento ao crime organizado. A operação, que tinha como alvo o Comando Vermelho, resultou em 121 mortes entre elas, quatro policiais. As famílias dos agentes receberam homenagens de parlamentares, incluindo o próprio Derrite.>
O deputado, que deixou o cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) para assumir a relatoria do projeto, havia proposto inicialmente alterar a Lei Antiterrorismo para incluir facções criminosas. Após críticas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Derrite recuou e decidiu elaborar um projeto autônomo, sem modificar a legislação vigente.>
Cláudio Castro, no entanto, reforçou que considera as facções uma ameaça que ultrapassa os limites do crime comum. “Facção é algo dos anos 2000, 2001, 2002. Talvez nos anos 80 e 90 se pudesse falar em quadrilha. Doa a quem doer, são organizações narcoterroristas, nacionais e transnacionais”, afirmou o governador.>
A proposta de equiparar facções criminosas a grupos terroristas, porém, tem gerado controvérsia. Especialistas alertam que essa classificação pode dificultar investimentos estrangeiros em cidades marcadas pela presença desses grupos como o Rio de Janeiro e abrir brechas jurídicas que permitam intervenções de outros países em território brasileiro.>
Castro rebateu as críticas e disse que as menções a possíveis invasões estrangeiras servem apenas “para defender bandido”. Segundo ele, o foco deve ser o fortalecimento das instituições brasileiras no combate ao crime organizado. “Não dá mais para fingir que estamos enfrentando apenas criminosos comuns. Essas organizações são potências econômicas do crime e precisam ser tratadas como tal”, concluiu o governador.>