Maioria no Congresso rejeita anistia para condenados do 8 de Janeiro, aponta pesquisa
Levantamento do Ranking dos Políticos mostra que deputados e senadores não veem chance de avanço da anistia em 2024, mas apoio cresce para 2026
Publicado em 14 de novembro de 2025 às 18:02
Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (14) revela que a maior parte dos parlamentares acredita que nenhuma anistia para condenados pelos atos do 8 de Janeiro deve ser aprovada ainda este ano. O levantamento foi realizado pelo Ranking dos Políticos com deputados e senadores.
De acordo com os dados, 36,5% dos deputados federais afirmam que não haverá avanço de medidas que beneficiem os presos pelos ataques à Praça dos Três Poderes em 2024. No Senado, o índice é ainda maior: 48,2% dos entrevistados descartam qualquer aprovação neste sentido ao longo do ano legislativo.
O tema voltou ao debate por causa do projeto de lei 2162/2023, em análise na Câmara. A proposta, que teve urgência aprovada, prevê anistia para participantes de manifestações desde o segundo turno das eleições. O texto é relatado pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que defende a redução de penas, mas encontra dificuldades para construir apoio tanto na base governista quanto na oposição.
Quando a questão é projetada para 2026, a percepção muda. Na Câmara, 18,7% dos parlamentares acreditam que uma redução de penas deve ser aprovada no próximo ano. Outros 12,1% avaliam que uma anistia ampla, como defendida por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro pode avançar.
No Senado, 29,6% dizem ver espaço para uma redução das penas em 2026 e 7,4% afirmam que a Casa pode aprovar uma anistia mais abrangente para condenados pelos atos antidemocráticos.
O levantamento ouviu 107 deputados de 20 partidos e 27 senadores de 12 siglas entre os dias 21 e 31 de outubro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com 95% de confiança.
