Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 10:01
A Polícia Federal intensificou as investigações sobre uma organização criminosa especializada em enviar grandes cargas de cocaína para a Europa utilizando embarcações adquiridas no litoral de Santa Catarina. A operação, que ganhou novos desdobramentos no fim de novembro, revelou uma rota internacional estruturada para transportar drogas por meio de barcos pesqueiros que partem de Itajaí, fazem conexão no Suriname e seguem em direção ao continente europeu.>
Segundo a Coordenação de Repressão a Drogas e Facções Criminosas da PF, a quadrilha compra embarcações de pessoas ligadas ao setor pesqueiro para dar aparência de legalidade ao trajeto marítimo. Após deixar o Brasil, os barcos seguem rumo ao Suriname, onde são reabastecidos com cocaína na costa do país ou em pontos estratégicos do Nordeste brasileiro.>
A logística do grupo inclui o uso de lanchas rápidas para levar a droga até alto-mar. Lá, as cargas são içadas para pesqueiros de médio porte, veleiros e até modelos semissubmersíveis, reforçando o caráter sofisticado e internacional da atuação criminosa.>
Na última semana de novembro, dez brasileiros ligados ao esquema foram presos em águas internacionais. A Marinha Portuguesa, que interceptou dois barcos pesqueiros carregados, atuou após receber informações repassadas pela PF de Brasília e de Santa Catarina. No total, mais de 7 toneladas de cocaína foram apreendidas, uma das maiores quantias já registradas em uma única ação desse tipo.>
Com as prisões, os investigadores acreditam que será possível avançar na identificação de outros integrantes da rede e compreender toda a extensão da rota ilícita. As diligências seguem em andamento e permanecem sob sigilo.>
A PF reforça que o combate ao tráfico marítimo é uma das frentes prioritárias no enfrentamento às organizações criminosas transnacionais, que utilizam o Atlântico como corredor estratégico para escoar drogas da América do Sul para a Europa.>