Publicado em 18 de julho de 2025 às 12:49
Cientistas do Reino Unido desenvolveram uma técnica de fertilização que combina material genético de três pessoas com o objetivo de evitar doenças mitocondriais hereditárias. O método utiliza o óvulo da mãe, o espermatozoide do pai e um segundo óvulo, proveniente de uma doadora com mitocôndrias saudáveis.
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As mitocôndrias são estruturas presentes em quase todas as células do corpo humano e são responsáveis pela produção de energia. Quando há defeitos mitocondriais, o corpo pode apresentar sintomas graves como convulsões, cegueira, falência de órgãos, fraqueza muscular e até a morte em poucos dias após o nascimento. Essas condições são transmitidas exclusivamente da mãe para o filho.>
Para contornar esse risco, a técnica remove o DNA nuclear (que determina características como cor dos olhos e altura) do embrião com mitocôndrias doentes e o transfere para um embrião com mitocôndrias saudáveis da doadora. Com isso, a criança nasce com o DNA nuclear dos pais biológicos e cerca de 0,1% do DNA da mulher doadora, presente apenas nas mitocôndrias.>
Essa abordagem é legal no Reino Unido desde 2015 e é realizada em ambiente especializado dentro do sistema público de saúde britânico (NHS). Os primeiros resultados mostram que oito bebês nasceram sem sinais de doenças mitocondriais. Todos estão se desenvolvendo normalmente, apesar de dois apresentarem condições médicas que estão sendo tratadas e não têm relação confirmada com o procedimento.>
Testes mostraram que, em cinco dos casos, as mitocôndrias defeituosas não foram detectadas. Nos outros três, entre 5% e 20% das mitocôndrias presentes ainda eram defeituosas, índices abaixo do limite (80%) que se acredita ser necessário para causar a doença. Novas pesquisas serão necessárias para entender por que essa pequena quantidade ainda foi transferida e se há formas de evitá-la por completo.>
A técnica representa um avanço significativo na prevenção de doenças genéticas incuráveis e é considerada uma alteração permanente na linha genética, já que as meninas nascidas por esse método também transmitirão as mitocôndrias saudáveis para seus filhos.>
Com informações do G1>