Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 11:38
Em meio ao acirramento da crise diplomática entre Washington e Caracas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reuniu na noite de segunda-feira (1º), parte do alto comando de segurança do país para discutir os rumos da política norte-americana em relação à Venezuela, inclusive a possibilidade de uma ação militar. A Casa Branca, no entanto, não detalhou se alguma decisão foi tomada após o encontro.>
A reunião, ocorrida no Salão Oval a partir das 17h (horário de Washington), foi confirmada pela secretária de imprensa do governo, Karoline Leavitt. Segundo ela, o encontro faz parte das responsabilidades presidenciais de “garantir a continuidade da paz mundial”, mas a porta-voz evitou responder se o republicano já autorizou qualquer tipo de intervenção.>
Estiveram presentes figuras de peso da política externa e de defesa: o secretário de Estado, Marco Rubio; o secretário de Defesa, Pete Hegseth; o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine; a chefe de gabinete, Susie Wiles; e o vice-chefe de gabinete, Stephen Miller. A movimentação reforçou a percepção de que a tensão entre os dois países atingiu um novo patamar.>
O encontro ocorre dois dias após Trump elevar o tom contra o governo de Nicolás Maduro e escrever, na rede social Truth, que o espaço aéreo venezuelano estaria “totalmente fechado”. A declaração, que não tem validade legal internacional, intensificou especulações sobre uma operação militar iminente e levou companhias aéreas a reconsiderarem rotas que sobrevoam o país sul-americano.>
A reação de Caracas veio rapidamente. O governo venezuelano divulgou uma nota de repúdio classificando a mensagem de Trump como “ameaça colonialista” e acusando os Estados Unidos de tentar impor jurisdição ilegítima sobre o território venezuelano. A chancelaria afirmou ainda que o anúncio compromete a soberania e a segurança aeronáutica do país.>
A hostilidade crescente não é inédita. Dias antes, Trump havia sugerido publicamente que ações por terra na Venezuela poderiam ocorrer “num futuro próximo”, vinculando o discurso à campanha norte-americana contra o tráfico de drogas no continente. Sob sua administração, Maduro e aliados passaram a ser retratados como peças centrais de organizações criminosas. Em julho, o governo norte-americano classificou o cartel de Los Soles, supostamente liderado pelo presidente venezuelano, segundo Washington, como organização terrorista internacional, abrindo brechas legais para operações militares sob a justificativa de combate ao “narcoterrorismo”.>
Enquanto isso, a comunidade internacional acompanha com cautela o agravamento da retórica entre os dois países. O governo Trump ainda não informou quando divulgará qualquer conclusão da reunião, mantendo em aberto os próximos passos dos Estados Unidos na região.>