Torre de Londres fecha parcialmente após ataque de ativistas

A Torre de Londres, um dos principais pontos turísticos da capital britânica, precisou interditar parte de suas instalações neste sábado (6) depois que manifestantes lançaram alimentos contra a vitrine que abriga parte das Joias da Coroa. O alvo foi a Coroa Imperial do Estado, peça utilizada por Charles III em sua coroação e considerada o símbolo mais reconhecível do tesouro real.

De acordo com relatos da imprensa local, quatro visitantes vestidos de preto arremessaram creme inglês e uma sobremesa — identificada como “crumble” — contra a proteção de vidro exposta ao público. O gesto foi interpretado como um ato irônico, já que, em inglês, “crumble” designa tanto o doce tradicional britânico quanto o verbo “desmoronar”.

As autoridades informaram que dois dos envolvidos fugiram após o ataque. As outras pessoas foram detidas sob suspeita de vandalismo e podem responder por danos ao patrimônio histórico. A joia, que reúne 2.868 diamantes, 17 safiras, 11 esmeraldas, quatro rubis e 269 pérolas e pesa mais de um quilo, não sofreu dano direto, pois estava protegida pelo vidro.

Durante a ação, dois jovens discursaram diante do público enquanto seguranças buscavam reforços. “A democracia desmoronou. Pessoas sem-teto estão morrendo nas ruas. Esta é a época mais perigosa do ano para elas, enquanto os ricos lucram sem limites. É repugnante”, gritou uma manifestante. Outro participante completou: “Viemos às Joias da Coroa para retomar o poder. Junte-se ao movimento Take Back Power.”

O Take Back Power, fundado nesta semana, se apresenta como um movimento de desobediência civil que defende a criação de uma assembleia cidadã e a taxação de grandes fortunas. Na quarta-feira (3), integrantes despejaram quilos de esterco de cavalo diante da árvore de Natal do hotel Ritz, em Londres, para criticar a desigualdade social.

Os detidos podem enfrentar pena de prisão. O Reino Unido endureceu a resposta a ataques contra obras e patrimônios históricos após episódios recentes. No ano passado, dois ativistas ambientais foram sentenciados a 20 e 24 meses de prisão por arremessarem sopa de tomate contra a obra “Girassóis”, de Vincent van Gogh.