Publicado em 20 de maio de 2024 às 12:07
Com o aumento da dificuldade para dormir devido à vida agitada e estressante, mais brasileiros têm procurado soluções rápidas para o problema, impulsionando a procura pelo o zolpidem, um medicamento com efeitos potencialmente perigosos.>
'A rapidez para dormir e acordar no momento desejado se tornou uma demanda importante em nossa sociedade', avalia Dalva Poyares, neurologista especialista em sono, pesquisadora do Instituto do Sono e professora da Unifesp, em entrevista ao podcast O Assunto desta segunda-feira, 20.>
No entanto, nem sempre a solução deve ser buscada em medicamentos. 'A espera para dormir pode ser normal. É comum demorar um pouco para dormir, acordar durante a noite e voltar a dormir para adultos. Todos os medicamentos que agem rapidamente tendem a ser mais viciantes.'>
A disseminação preocupante do uso de zolpidem nos últimos anos, juntamente com relatos de dependência, levaram a Anvisa a reforçar as regras de prescrição. A partir de agosto, será necessário uma receita azul para adquirir o medicamento.>
'Para obter esta receita, o médico precisa passar por um certo processo. Geralmente, são médicos que lidam com medicamentos que afetam o sistema nervoso central e que utilizam esse tipo de receituário', explica Poyares.>
A neurologista também detalha como o zolpidem age no organismo. 'Ele se liga a um tipo de receptor no cérebro chamado receptor GABAA, mais especificamente à subunidade Alfa 1. Esta subunidade está relacionada ao efeito hipnótico e tem uma alta afinidade com o zolpidem. Isso significa que, com apenas 30% de ligação aos receptores, já ocorre um efeito hipnótico. Se essa ligação ultrapassar um pouco esse limite, pode ocorrer o efeito amnéstico, onde as pessoas realizam ações das quais não se lembram no dia seguinte, o que é extremamente perigoso.'>
Com informações do g1>