Publicado em 18 de julho de 2025 às 07:55
Em pronunciamento em rede nacional na noite de quinta-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como “chantagem inaceitável” a carta enviada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No documento, Trump anuncia a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
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Lula afirmou que o governo brasileiro realizou mais de dez reuniões com representantes norte-americanos e encaminhou, no dia 16 de maio, uma resposta formal que, segundo ele, jamais foi respondida por Washington.>
“Esperávamos uma resposta, e o que veio foi uma chantagem inaceitável, em forma de ameaças às instituições brasileiras, e com informações falsas sobre o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos”, declarou o presidente.>
Durante o discurso, Lula também saiu em defesa do Judiciário brasileiro e afirmou que qualquer tentativa de interferência nas decisões da Justiça representa “um grave atentado à soberania nacional”.>
“Contamos com um Poder Judiciário independente. No Brasil, respeitamos o devido processo legal, os princípios da presunção da inocência, do contraditório e da ampla defesa”, destacou.>
A crítica de Trump ao sistema judiciário brasileiro veio após o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), em razão da tentativa de golpe de Estado no dia 8 de janeiro. Na carta, o presidente dos EUA alegou — sem apresentar provas — que a nova tarifa seria uma resposta aos “ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres” e à suposta violação da “liberdade de expressão dos americanos”.>
Indireta para Eduardo Bolsonaro >
Lula também direcionou críticas a políticos brasileiros que, segundo ele, apoiaram a decisão do governo norte-americano. Sem mencionar nomes, o presidente os classificou como “verdadeiros traidores da pátria”.>
“Minha indignação é ainda maior por saber que esse ataque ao Brasil tem o apoio de alguns políticos brasileiros. São verdadeiros traidores da pátria. Apostam no quanto pior, melhor. Não se importam com a economia do país e os danos causados ao nosso povo”, disse.>
Um dos nomes que circula nos bastidores como articulador da aproximação entre o bolsonarismo e Trump é o do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, ele se licenciou do cargo parlamentar e está morando nos Estados Unidos desde março deste ano.>
Com informações do G1>