Publicado em 14 de novembro de 2025 às 17:47
Com a adesão de 35 países, organizações internacionais e iniciativa, foi lançada nesta sexta-feira (14), a Declaração de Belém para a Industrialização Verde, durante uma reunião de líderes na COP30. O documento reúne metas ambientais, econômicas e sociais que buscam transformar o cenário internacional, impulsionar a inovação tecnológica e garantir um modelo de crescimento sustentável. Para isso, os países assumem esforços compartilhados, com ações coordenadas e iniciativas voltadas a acelerar a transição energética e promover a modernização do setor industrial e novas oportunidades para países em desenvolvimento na economia verde.>
“As metas climáticas precisam acompanhar uma transformação econômica real. A indústria verde é sobre o avanço do setor e dos empregos para o futuro, garantindo que todos os países, especialmente do Sul Global, possam liderar e se beneficiar dessa nova era de prosperidade sustentável”, reforçou o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, ao enfatizar a importância de alinhar ambição climática e desenvolvimento.>
A visão foi compartilhada também pela CEO da COP30, Ana Toni. “A industrialização verde é um tema irreversível, e precisamos trabalhar em conjunto para garantir que todos os países avancem da melhor forma possível”, afirmou, celebrando o fato de que o tema passou rapidamente da fase de negociação para a agenda de ação. “Podemos trazer outros países conosco, outras indústrias, e dialogar com governos e parlamentares para entender que tipo de quadro temos em cada caso”, completou.>
Gerd Müller, diretor-geral da Organização para o Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (UNIDO), ressaltou o caráter histórico do momento. “Estamos conectando metas climáticas a ações concretas para a indústria, mobilizando inovação, investimentos e inclusão. A UNIDO tem orgulho de apoiar esse esforço ao lado dos parceiros para garantir não apenas a descarbonização industrial, mas também desenvolvimento, geração de empregos e avanço tecnológico.”>
Mais empregos e inclusão social>
Segundo Júlia Cruz, secretária de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a discussão sobre industrialização verde também envolve o compromisso com a inclusão social. Ela defende que a transição precisa considerar as populações diretamente ligadas às indústrias e às suas matrizes energéticas. “Precisamos garantir empregos e benefícios para as comunidades. Se não houver estratégia de desenvolvimento para essas pessoas, elas vão procurar outras formas de lucrar e sobreviver, inclusive em mercados criminosos, como exploração ilegal de madeireira ou de mineração.”>
A Declaração de Belém prevê ações para assegurar coesão e coordenação entre as diferentes iniciativas conduzidas no âmbito da COP voltadas à transformação do setor industrial, alinhando e acelerando os trabalhos da agenda. O compromisso também reconhece outros esforços essenciais para a industrialização verde, ao buscar apoio financeiro e técnico para a implementação de políticas sustentáveis em escala global. O documento permanece aberto para a adesão de países e organizações interessados em integrar esses esforços.>