
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, anunciou em uma carta para a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, que não irá invocar a 25ª Emenda da Constituição, que discutiria o afastamento do presidente da República por incapacidade.
A negativa de Pence foi divulgada enquanto a Câmara dos Deputados aprovou um pedido formal ao vice-presidente para que declarasse que Donald Trump é incapaz de governar após ter incitado a invasão do Congresso para impedir a homologação da vitória eleitoral do democrata Joe Biden.
“Não acredito que tal curso de ação seja do interesse do que é melhor para nossa nação ou seja consistente com nossa Constituição", disse Pence. A carta afirma que isso abriria um “precedente terrível” e “dividiria ainda mais e inflamaria as paixões do momento”.
Mesmo esperando que Pence fosse recusar o pedido, ele ainda não havia oficializado este posicionamento. A votação terminou com placar de 223 a 205 a favor de que Mike Pence acionasse a 25ª Emenda. Além dos 222 deputados democratas, apenas um republicano, o deputado Adam Kinzinger, votou para pressionar Pence.
Com a negativa do vice-presidente, a Câmara, de maioria democrata, votará nesta quarta-feira, 13, a abertura de um processo de impeachment, acusando o presidente de incitar uma multidão violenta de seus apoiadores a invadir o Capitólio, onde saquearam a sede do Legislativo americano e mataram um policial.
O impeachment, que depende do apoio de dois terços do Senado (67 votos) para ser aprovado, abriria caminho para a cassação, em uma votação independente, dos direitos políticos de Trump, o que o tornaria inelegível em futuras eleições. Além de quererem deixar claro que o comportamento do presidente é inaceitável, os democratas desejam também anular qualquer chance de ele voltar a concorrer à Presidência.
Na acusação que será votada, os democratas afirmam que "incitada pelo presidente Trump, uma multidão violou ilegalmente o Capitólio, feriu funcionários da lei, ameaçou membros do Congresso e o vice-presidente, interferiu com o dever constitucional solene da Sessão Conjunta de certificar os resultados da eleição e se envolveu em atos violentos, mortais, destrutivos e atos sediciosos".
Para ser aprovada, a abertura do processo precisa da maioria simples dos votos dos deputados. Embora o Partido Republicano tenda a impedir a condenação no Senado, como aconteceu em janeiro de 2020, quando Trump foi alvo de um primeiro processo de impeachment , a força do presidente no partido está diminuindo.
Ao menos cinco correligionários sinalizaram que pretendem apoiar o impeachment, seja por considerarem inaceitável o comportamento do presidente, ou por entenderem que, desta forma, poderão facilitar a reconstrução do partido.
A primeira deputada a declarar que apoiará o processo de impeachment foi Liz Cheney, de Wyoming, filha do antigo rival de Trump Dick Cheney. Ela, a terceira liderança dos republicanos na Câmara, afirmou que “nunca houve uma traição maior por parte de um presidente dos Estados Unidos" do que o incitamento de Trump à multidão.
Em uma declaração contundente, Cheney desqualificou os republicanos que argumentam que o impeachment é precipitado, prematuro ou injustificado. “O presidente dos Estados Unidos convocou essa turba, reuniu a turba e acendeu a chama desse ataque. Tudo o que se seguiu foi obra sua. Nada disso teria acontecido sem o presidente”, ela disse.
Kinzinger, de Illinois; John Katko, de Nova York; Fred Upton, de Michigan; e Jaime Herrera Beutler, de Washington, também afirmaram que vão apoiar o impeachment. Segundo a CNN, estima-se que até 20 deputados podem vir a apoiar a iniciativa.
Na outra Casa, o senador Mitch McConnell, líder republicano e antigo aliado de Trump, disse a pessoas próximas que acredita que o presidente cometeu infrações dignas de impeachment e que está satisfeito com os procedimentos adotados pelos democratas nesta direção, acreditando que isso tornará mais fácil tirar Trump do partido. Caso McConnell apoie o processo, aumentam muito as chances de condenação de Trump no Senado.
Ao mesmo tempo, o deputado Kevin McCarthy, da Califórnia, líder da minoria na Câmara e um dos aliados mais firmes de Trump no Congresso, perguntou a outros republicanos se ele deveria pedir que Trump renunciasse após o tumulto no Capitólio, de acordo com três funcionários republicanos informados sobre as conversas.
Embora McCarthy tenha dito que se opõe pessoalmente ao impeachment, ele e outros líderes partidários decidiram não fazer lobby formalmente para que os republicanos votem "não", e um assessor de McCarthy disse que ele estava aberto a uma medida que censure Trump por sua conduta.
Com informações O Globo
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