Publicado em 29 de junho de 2025 às 14:05
O Tribunal Distrital de Jerusalém anunciou neste domingo (29) o adiamento do depoimento do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em seu processo por corrupção. A decisão atendeu parcialmente ao pedido da defesa do premiê, que alegou a necessidade de foco em “assuntos diplomáticos, nacionais e de segurança”.
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Segundo documentos revelados pelo partido Likud, foram suspensas as audiências inicialmente marcadas para 30 de junho e 2 de julho . Essa suspensão veio pouco depois de chefes da inteligência militar e do Mossad prestarem depoimentos em sessão fechada com o tribunal.>
A decisão segue uma pressão pública incomum do ex‑presidente dos EUA, Donald Trump, que, nas redes sociais, classificou o julgamento de “caça às bruxas” e pediu que fosse cancelado ou que Netanyahu recebesse um indulto . Trump argumentou que o julgamento prejudicaria a capacidade de Netanyahu de conduzir negociações estratégicas, especialmente em relação ao Hamas e ao Irã .>
O pronunciamento de Trump dividiu opiniões em Israel: enquanto aliados de Netanyahu agradeceram, políticos da oposição como Yair Lapid e Gilad Kariv criticaram a interferência americana e reforçaram a importância da independência judicial .>
Netanyahu, que está sob acusação por suposto envolvimento em três esquemas de suborno, fraude e abuso de confiança iniciados em 2019, já classificou o processo como uma perseguição politiqueira . As novas datas para suas próximas audiências ainda não foram anunciadas.>
A suspensão reforça a tensão entre os poderes em Israel e traz à tona o debate sobre o equilíbrio entre segurança nacional e justiça, especialmente com a influência recente dos Estados Unidos sobre o mais duradouro premiê do país.>