Publicado em 19 de junho de 2025 às 15:14
Com a chegada do inverno, é comum que pacientes com problemas articulares relatem aumento de dores, rigidez ao se movimentar e sensação persistente de desconforto, principalmente ao acordar ou em momentos de inatividade. Segundo o ortopedista Dr. Rodrigo Manzano Stuginsky, do Hospital Santa Catarina Paulista, as explicações para isso vão desde alterações fisiológicas até hábitos comuns durante os dias frios. Veja a seguir! >
Quando a temperatura ambiente cai, o organismo adota estratégias para preservar o calor interno. Uma delas é a vasoconstrição, que reduz o fluxo sanguíneo para extremidades como mãos, pés e joelhos. Essa diminuição da circulação contribui diretamente para o aumento da rigidez nas articulações, dificultando os movimentos e acentuando a dor. >
“O corpo prioriza o aquecimento de órgãos vitais, reduzindo a irrigação nas regiões distais. Esse processo, somado à queda de temperatura, favorece o enrijecimento das articulações e intensifica o desconforto”, explica o Dr. Rodrigo Manzano Stuginsky. >
Outro fator que contribui para o desconforto é a alteração na viscosidade do líquido sinovial, que atua como lubrificante natural das articulações . No frio, esse líquido tende a ficar mais espesso, reduzindo a eficiência dos movimentos, o que pode gerar dores mesmo em pessoas sem histórico de doenças articulares. >
Segundo o ortopedista, essa mudança é um dos motivos pelos quais muitas pessoas sentem maior dificuldade de movimentar os membros no início do dia ou após longos períodos de inatividade. “Com o frio, o líquido sinovial perde um pouco da sua fluidez natural, o que pode agravar dores já existentes ou até gerar desconforto em pessoas saudáveis”, afirma. >
Pacientes com doenças articulares crônicas, como artrite reumatoide e artrose, costumam sentir um agravamento dos sintomas nos meses frios. Isso ocorre tanto pelo aumento da inflamação quanto pela tendência ao sedentarismo durante o inverno. >
“Além do frio potencializar a liberação de substâncias inflamatórias, muitas pessoas reduzem sua atividade física na estação, o que contribui para a rigidez e piora da dor”, observa o médico. Ele também destaca que a queda da pressão atmosférica pode contribuir para o inchaço dos tecidos inflamados, gerando maior compressão das terminações nervosas. >
Com o passar dos anos, o corpo perde elasticidade, força muscular e capacidade circulatória. Esses fatores aumentam a sensibilidade ao frio, especialmente nas articulações. O Dr. Rodrigo Manzano Stuginsky reforça que, além das doenças degenerativas mais comuns nessa faixa etária, como a artrose , o envelhecimento em si já torna o sistema musculoesquelético mais suscetível a inflamações, rigidez e dores articulares. “Mesmo sem diagnóstico específico, muitos idosos sentem dores e rigidez no inverno porque o corpo já não responde ao frio com a mesma eficiência”, afirma. >
As articulações da coluna, especialmente nas regiões lombar e cervical, também são afetadas pelas baixas temperaturas. Segundo o especialista, o frio estimula contrações involuntárias na musculatura da coluna, e a postura mais rígida adotada para se aquecer pode aumentar a sobrecarga em estruturas como discos intervertebrais e vértebras. “Além da tensão muscular, a redução da mobilidade no inverno compromete a nutrição dos discos da coluna, o que pode piorar dores crônicas ou desencadear novos episódios”, explica. >
Apesar do clima desanimador, manter o corpo ativo é uma das principais estratégias para prevenir o agravamento das dores articulares no inverno. Exercícios regulares e leves, como caminhadas, alongamentos e atividades aquáticas, ajudam a preservar a mobilidade e estimular a circulação. >
“Além disso, o uso de calor local, como bolsas térmicas e banhos quentes, contribui para relaxar a musculatura e aliviar o desconforto. Manter-se hidratado e usar roupas adequadas também fazem parte do cuidado no frio”, orienta o Dr. Rodrigo Manzano Stuginsky. Para quem já convive com dores crônicas, práticas como fisioterapia, pilates ou yoga também podem trazer benefícios importantes. >
Por Amanda Carvalho >