6 orientações para viver melhor com esclerose múltipla

Embora não tenha cura, a doença autoimune pode ter seus impactos amenizados com cuidados adequados

Publicado em 22 de agosto de 2025 às 12:49

Conscientizar sobre a esclerose múltipla é essencial para estimular diagnóstico precoce e melhores tratamentos (Imagem: Krakenimages.com | Shutterstock)
Conscientizar sobre a esclerose múltipla é essencial para estimular diagnóstico precoce e melhores tratamentos Crédito: Imagem: Krakenimages.com | Shutterstock

O Agosto Laranja, mês de conscientização sobre a esclerose múltipla, chama atenção para a importância do diagnóstico precoce e do cuidado contínuo com quem convive com a doença. Crônica, degenerativa e autoimune, ela afeta o sistema nervoso central, provocando a destruição da bainha de mielina (camada que recobre e protege os neurônios) e comprometendo a comunicação entre cérebro e corpo. É uma das principais causas de deficiência não traumática em jovens adultos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2,8 milhões de pessoas vivem com a condição no mundo. No Brasil, estima-se que de 15 a 27 pessoas a cada 100 mil habitantes sejam afetadas. A doença costuma se manifestar entre os 18 e 40 anos e atinge três vezes mais mulheres do que homens. Apesar de incomum, pode ocorrer em crianças e idosos .

Causas e tratamento da esclerose múltipla

A causa exata da esclerose múltipla é desconhecida, mas fatores como predisposição genética, tabagismo, obesidade na infância e algumas infecções podem contribuir para o seu desenvolvimento. Embora não tenha cura, a esclerose múltipla é tratável e, com diagnóstico precoce, acompanhamento médico e mudanças no estilo de vida, é possível reduzir os surtos, controlar sintomas e preservar a qualidade de vida.

“Nos últimos anos, o diagnóstico tem sido feito de forma mais antecipada e os tratamentos evoluíram, permitindo que o paciente mantenha autonomia e bem-estar por mais tempo”, afirma Karoline Cohen, neurologista do Hospital e Maternidade São Luiz Campinas, da Atlântica D’Or.

Abaixo, confira 6 orientações para lidar com a doença!

1. Mantenha-se ativo

A atividade física é um dos aliados mais importantes no tratamento. Exercícios adaptados ajudam a preservar a força muscular, o equilíbrio e a disposição. “Pacientes ativos evoluem melhor, especialmente quando associam a prática esportiva a uma alimentação equilibrada e ao controle de fatores de risco cardiovasculares, como hipertensão , diabetes e colesterol alto”, explica a médica.

2. Cuidado com o calor

O clima quente pode aumentar a fadiga e agravar temporariamente os sintomas. Roupas leves, ambientes climatizados e banhos frescos ajudam a aliviar o desconforto. “O calor pode piorar a condição, intensificando suas manifestações”, alerta a neurologista Karoline Cohen.

O acompanhamento médico é essencial para ajustes do tratamento da esclerose múltipla (Imagem: Studio Romantic | Shutterstock)
O acompanhamento médico é essencial para ajustes do tratamento da esclerose múltipla Crédito: Imagem: Studio Romantic | Shutterstock

3. Faça avaliações médicas regulares

A consulta com um neurologista é fundamental para monitorar esclerose múltipla e ajustar o tratamento. O acompanhamento inclui exames de imagem, como ressonância de crânio e coluna, além de análises laboratoriais. O objetivo é evitar surtos e o acúmulo de sequelas.

4. Reconheça os sinais

Entre os sintomas mais comuns, estão alteração da sensibilidade, perda de força muscular, problemas de visão , dor nos olhos e incontinência urinária. No início, surtos tendem a melhorar espontaneamente, mas, com o tempo, a recuperação pode ser mais lenta e incompleta.

5. Adapte o tratamento ao seu perfil

As terapias disponíveis incluem medicamentos injetáveis, orais e infusionais. A escolha deve ser individualizada, considerando o estágio da doença, os sintomas e o histórico do paciente.

6. Amplie as terapias de suporte

Além da medicação, fisioterapia , fonoaudiologia e apoio psicológico ajudam a preservar a qualidade de vida. “O enfrentamento deve ser multidisciplinar, com foco no conforto e na independência do paciente”, destaca a neurologista do São Luiz Campinas.

Por Samara Meni