Cânceres ginecológicos: campanha Setembro em Flor reforça a importância do diagnóstico precoce

Cerca de 30 mil brasileiras recebem, por ano, o diagnóstico de algum tipo de câncer ginecológico (colo de útero, ovário, endométrio, vulva e vagina)

Publicado em 12 de setembro de 2025 às 13:50

Ginecologista do Centro de Tratamento Oncológico (CTO), Mary Valente
Ginecologista do Centro de Tratamento Oncológico (CTO), Mary Valente Crédito: Divulgação 

Criada pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos – EVA, composto por profissionais de saúde e pesquisadores, a campanha “Setembro em Flor” busca conscientizar as mulheres sobre a importância da saúde ginecológica. O objetivo é destacar a prevenção e o diagnóstico precoce dos cinco principais tipos de câncer ginecológico, que atingem o colo do útero, ovários, endométrio, vulva e vagina. A grande maioria dos casos são evitáveis, mas poucas mulheres sabem disso.

Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer - Inca, estão previstos 704 mil novos casos de câncer no Brasil em 2025. Desses, cerca de 30 mil são cânceres ginecológicos. As áreas do sistema reprodutor feminino mais afetadas são o colo do útero, ovários e o corpo do útero (endométrio). O câncer de colo do útero é o mais incidente, seguido pelos cânceres de endométrio e de ovário. Já os de vagina e de vulva são considerados raros, mas também precisam muito de atenção.

Tipos de cânceres ginecológicos:

• Câncer de colo do útero - Entre os cânceres ginecológicos, é o mais incidente. No Brasil, é o terceiro tipo mais frequente entre as mulheres, com cerca de 17 mil casos por ano. A mortalidade ultrapassa 6.600 casos anuais. Na região Norte, esse tipo de câncer supera até o câncer de mama em número de casos.

O Papilomavírus Humano (HPV) é a causa de cerca de 90% dos casos de câncer de colo de útero, mas a prevenção contra esse vírus não recebe da população a atenção que merece. Uma pesquisa inédita, divulgada este mês, revelou que 57% das brasileiras desconhecem que o HPV é o causador do câncer de colo do útero. O levantamento, feito pelo Instituto Locomotiva, com a orientação do Grupo EVA, ouviu 831 mulheres e acende um alerta sobre a desinformação em relação à doença.

"Se conseguirmos vacinar em massa contra o HPV, incentivar o uso de preservativos e garantir que mulheres com mais de 25 anos realizem exames preventivos anualmente, estaremos no caminho da erradicação do câncer de colo do útero”, destaca a ginecologista do Centro de Tratamento Oncológico (CTO), Mary Valente.

Outro ponto importante é a implantação do teste molecular para detecção do HPV, o chamado DNA-HPV, que começa a ser oferecido pelo SUS. Esse teste é quatro vezes mais eficaz do que o Papanicolau na identificação de lesões precursoras e permite a ampliação do intervalo entre os rastreamentos.

Entre os principais sintomas do câncer de colo de útero, estão:

• Sangramento vaginal anormal e intenso (especialmente após relações sexuais, entre os ciclos menstruais ou na menopausa);

• Corrimento vaginal anormal, com odor forte;

• Dor durante as relações sexuais;

• Dor pélvica ou lombar persistente.

• Câncer de ovário - É a terceira neoplasia ginecológica mais comum, com 7.310 casos por ano, ficando atrás dos cânceres de colo do útero e endométrio. A doença é também a que mais mata entre os cânceres ginecológicos, com cerca de 4 mil óbitos por ano. A alta taxa de mortalidade se deve ao fato de que cerca de 80% dos diagnósticos ocorrem em estágios avançados, quando as chances de cura são menores.

_Sinais e sintomas principais:_

• Dor e aumento de volume abdominal

• Náuseas frequentes

• Sensação de saciedade precoce

• Cansaço persistente

• Perda de peso inexplicável

• Câncer de endométrio - Também chamado de câncer de corpo do útero, é o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum entre as mulheres, com cerca de 7.840 casos por ano. Ele surge no revestimento interno do útero (endométrio) e é mais frequente em mulheres após a menopausa. Os principais sintomas são: sangramento vaginal anormal, que pode ocorrer entre os ciclos menstruais, com mais intensidade que o habitual ou surgir em mulheres na pós-menopausa.

"Como não existem exames preventivos específicos do câncer de endométrio, é essencial manter as consultas ginecológicas em dia e estar atenta aos sinais do corpo”, alerta a médica Mary Valente.

• Câncer de vulva e da vagina - Raros e de crescimento geralmente lento, mas que também exigem cuidados e atenção aos sintomas, pois quando diagnosticados no início as chances de cura da doença aumenta. Os cânceres de vulva e de vagina são mais comuns em mulheres após a menopausa e estão associados à infecção pelo HPV.

Os sinais de alerta:

• Coceira persistente na região genital

• Sangramento fora do período menstrual

• Presença de caroços, manchas ou feridas

• Corrimento com odor forte

A campanha Setembro em Flor é uma ferramenta importante para conscientizar sobre essas doenças.

"O trabalho do grupo EVA é essencial para as mulheres, porque reúne, em uma só campanha, informações sobre os cinco cânceres ginecológicos. Isso traz não apenas conhecimento para o tratamento, mas, principalmente, para a prevenção, já que muitas mulheres não sabem que a maior parte desses cânceres pode ser evitada ou diagnosticada precocemente e, quando isso acontece, as chances de cura são muito altas. Quanto mais falarmos sobre o tema, mais mulheres terão acesso a informações de qualidade e mais vidas serão salvas”, reforça a especialista Mary Valente.

5 medidas de prevenção fundamentais para os cânceres ginecológicos

• Tomar vacina contra o HPV

• Fazer o exame preventivo Papanicolau a partir dos 25 anos

• Perguntar ao ginecologista sobre o exame DNA-HPV

• Fazer exames de rastreamento caso haja histórico de câncer de mama ou ovário na família

• Combater a obesidade com alimentação saudável e exercício físico

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