Publicado em 11 de outubro de 2025 às 07:48
Em 11 de outubro é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, uma data que reforça a importância dos cuidados com a saúde auditiva. O objetivo da campanha é alertar a população de que alguns hábitos comuns do dia a dia, que parecem inofensivos, podem causar danos progressivos à audição ao longo do tempo. >
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,5 bilhão de pessoas, quase 20% da população global, vivem com algum grau de perda auditiva, sendo que 430 milhões têm deficiência incapacitante. A estimativa é que, até 2050, mais de 700 milhões de pessoas convivam com perda auditiva grave. >
No Brasil, um levantamento da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp identificou que, na Região Metropolitana de Campinas (RMC), cerca de 124 mil pessoas apresentam deficiência auditiva , o equivalente a 4,43% da população. >
Segundo Henrique Gobbo, otorrinolaringologista do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), a perda auditiva induzida por ruído é irreversível. “A exposição prolongada a sons intensos pode causar danos permanentes às células auditivas. Outro hábito prejudicial é o uso incorreto de cotonetes ou objetos para limpar os ouvidos, que podem ferir o canal e empurrar a cera para dentro. Tabagismo, consumo excessivo de álcool e o uso de certos medicamentos sem orientação médica também afetam a audição a longo prazo”, explica. >
O médico reforça que o fone de ouvido pode ser usado, mas com moderação. O risco está no volume e no tempo de exposição, sendo difícil para o usuário perceber quando o som está excessivo. “A recomendação é seguir a regra do 60-60: volume até 60% da capacidade máxima, por no máximo 60 minutos seguidos, fazendo pausas. Modelos que isolam o som ambiente são mais seguros, pois reduzem a necessidade de aumentar o volume. Já os fones de condução óssea oferecem maior risco, pois pulam mecanismos naturais de proteção contra sons elevados”, detalha. >
Henrique Gobbo recomenda realizar audiometria pelo menos uma vez na vida adulta e repetir o exame periodicamente em pessoas com fatores de risco, como exposição a ruídos ou histórico familiar. As crianças, por sua vez, devem passar pelo teste da orelhinha ao nascer e por avaliações de rotina. Os idosos precisam de diagnóstico precoce e acompanhamento contínuo, já que a perda auditiva não tratada pode levar ao isolamento social e acelerar o declínio cognitivo. >
“ Cuidar da audição é cuidar da qualidade de vida. A audição é essencial para a comunicação, o aprendizado e a qualidade de vida. Preservá-la significa também cuidar da saúde mental e das relações sociais. O diagnóstico precoce faz toda a diferença”, destaca. >
É fundamental ficar atento a alguns sinais de alerta que exigem avaliação médica imediata, pois podem indicar problemas de audição. Henrique Gobbo lista >
“Ao perceber qualquer um desses sinais, é fundamental procurar um otorrinolaringologista ou realizar avaliação com fonoaudiólogo”, conclui. >
Por Aline Telles >