5 atletas olímpicos brasileiros que fizeram história 

Esses atletas são símbolos de superação e pioneirismo em suas modalidades

Publicado em 23 de junho de 2025 às 16:14

Atletas olímpicos brasileiros marcaram a história com feitos que transcendem o pódio (Imagem: lazyllama | Shutterstock)
Atletas olímpicos brasileiros marcaram a história com feitos que transcendem o pódio Crédito: Imagem: lazyllama | Shutterstock

Em 23 de junho celebram-se duas datas importantes no mundo do esporte: o Dia do Atleta Olímpico e o Dia Olímpico. O primeiro homenageia todos os esportistas que já representaram seu país nos Jogos Olímpicos, reconhecendo seu esforço, dedicação e conquistas. O segundo marca a fundação do Comitê Olímpico Internacional (COI), em 1894, e visa promover os valores olímpicos de amizade, respeito e excelência, incentivando a prática esportiva ao redor do mundo.

Ao longo da história olímpica, o Brasil foi representado por atletas que marcaram seus nomes não apenas por conquistas de medalhas, mas por feitos que transcendem o pódio. São trajetórias que refletem coragem, superação, resistência e pioneirismo, muitas vezes enfrentando adversidades dentro e fora das arenas de competição. Suas passagens pelos Jogos Olímpicos se tornaram símbolos de transformação social, representatividade e orgulho, deixando um legado que vai muito além dos resultados.

Veja, a seguir, 5 atletas olímpicos brasileiros que fizeram história!

1. Adhemar Ferreira da Silva (atletismo)

Adhemar Ferreira da Silva foi um dos maiores nomes do atletismo mundial e o primeiro atleta brasileiro bicampeão olímpico, com ouros no salto triplo em Helsinque 1952 e Melbourne 1956. Em Helsinque, quebrou o recorde mundial da prova três vezes em um único dia, um feito histórico que o projetou internacionalmente. Sua técnica, disciplina e capacidade de superação fizeram dele uma referência não apenas no Brasil, mas no cenário esportivo global.

Mais que os títulos, Adhemar deixou um legado de pioneirismo e excelência, inspirando gerações futuras de atletas. Ele elevou o patamar do atletismo brasileiro, mostrando ao mundo que era possível competir e vencer nas maiores arenas esportivas. Sua postura dentro e fora das competições ajudou a construir a imagem do Brasil como uma nação de talento e perseverança no esporte olímpico.

2. Aída dos Santos (atletismo — salto em altura)

Em Tóquio 1964, Aída dos Santos foi a única mulher na delegação brasileira e, sem treinador, médico ou qualquer apoio técnico, alcançou um impressionante quarto lugar no salto em altura, um feito gigantesco para a época. Competindo em condições totalmente desiguais, enfrentou não apenas as adversárias, mas também o preconceito, a falta de estrutura e o descaso institucional com o esporte feminino.

Sua trajetória tornou-se um símbolo de resistência e superação, abrindo caminhos para outras mulheres no esporte brasileiro. Aída desafiou barreiras sociais e esportivas, mostrando que era possível competir em alto nível mesmo diante de tantas limitações. Até hoje, seu resultado permanece como uma das maiores marcas individuais da história do atletismo feminino do Brasil nas Olimpíadas.

Rafaela Silva superou ataques de racismo e conquistou sua medalha de ouro nos Jogos do Rio de Janeiro em 2016 (Imagem: Celso Pupo | Shutterstock)
Rafaela Silva superou ataques de racismo e conquistou sua medalha de ouro nos Jogos do Rio de Janeiro em 2016 Crédito: Imagem: Celso Pupo | Shutterstock

3. Rafaela Silva (judô)

Antes de conquistar o ouro em 2016, Rafaela Silva ficou marcada por sua participação nos Jogos de Londres 2012, quando foi desclassificada e passou a ser alvo de ataques racistas nas redes sociais. O episódio revelou não só o preconceito ainda presente no esporte, mas também a força da judoca.

Criada na comunidade da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, Rafaela enfrentou inúmeros obstáculos sociais e estruturais ao longo de sua trajetória. Sua postura firme diante das adversidades e a capacidade de se reerguer fizeram dela um símbolo de resistência e superação. Muito antes da medalha, já representava a luta por igualdade e reconhecimento , inspirando jovens a acreditarem que é possível romper barreiras e alcançar o topo.

4. Vanderlei Cordeiro de Lima (maratona)

No auge da maratona de Atenas 2004, Vanderlei Cordeiro de Lima liderava a prova quando foi surpreendido por um espectador que invadiu o percurso e o derrubou. Mesmo abalado física e emocionalmente, retomou a corrida com determinação , mantendo o espírito esportivo e a alegria que sempre marcaram sua trajetória. Cruzou a linha de chegada com os braços abertos e um sorriso, gesto que emocionou o mundo e se tornou um dos momentos mais simbólicos da história olímpica.

Sua atitude de coragem e respeito ao esporte rendeu-lhe a medalha Pierre de Coubertin, concedida a atletas que representam os mais nobres valores do olimpismo. Vanderlei tornou-se um exemplo universal de fair play , superação e dignidade, eternizando seu nome não apenas como um maratonista de alto nível, mas como um verdadeiro ícone da ética esportiva.

5. Maria Lenk (natação)

Maria Lenk foi a primeira mulher sul-americana a competir em uma Olimpíada, nos Jogos de Los Angeles, em 1932. Dois anos depois, tornou-se a primeira nadadora do mundo a utilizar o estilo borboleta em uma prova oficial, antecipando-se ao reconhecimento da modalidade pela Federação Internacional de Natação (FINA). Sua ousadia técnica e visão inovadora marcaram uma revolução na natação mundial.

Mais do que uma atleta de resultados, Maria foi uma verdadeira desbravadora em um cenário em que a participação feminina era praticamente inexistente. Sua trajetória abriu portas para gerações futuras, consolidando seu nome como um ícone do esporte brasileiro. Até hoje, é lembrada como exemplo de coragem, determinação e pioneirismo.