APIB repudia fala de Luciano Huck e reafirma direito indígena à tecnologia

Entidade indígena critica visão estereotipada e afirma que tecnologia faz parte da luta e da vida contemporânea dos povos originários.

Publicado em 7 de dezembro de 2025 às 11:28

APIB repudia fala de Luciano Huck e reafirma direito indígena à tecnologia
APIB repudia fala de Luciano Huck e reafirma direito indígena à tecnologia Crédito: Reprodução/Redes Sociais 

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) manifestou indignação diante da fala atribuída ao apresentador Luciano Huck durante gravações no Xingu, quando ele teria sugerido que integrantes de uma aldeia escondessem celulares para uma foto. Para a organização, o episódio reforça uma visão equivocada de que tecnologia descaracteriza a cultura indígena.

Em posicionamento público, a APIB destacou que identidade indígena não se mede por objetos, mas por ancestralidade, território, memória e resistência histórica. Segundo a entidade, possuir um celular não torna ninguém menos indígena, e a expectativa de que povos originários neguem elementos do presente revela uma interpretação distorcida sobre quem são essas comunidades.

A organização também ressaltou que o acesso à tecnologia é um direito garantido a todos os brasileiros. No caso dos povos indígenas, esse acesso desempenha papel fundamental na defesa dos territórios, no monitoramento ambiental, na comunicação com o Estado, no acesso à educação e na denúncia de violações que por muito tempo permaneceram invisibilizadas.

Para a APIB, o episódio mostra como a sociedade ainda tende a enxergar os povos originários como figuras congeladas no passado, ignorando sua atuação contemporânea e seus múltiplos modos de existir. A entidade reforça que ser indígena nunca foi sobre recusar o presente, mas sobre existir com dignidade em qualquer tempo, inclusive nas telas que insistem em representá-los de forma equivocada.