Após 30 anos cédulas antigas do Plano Real começam a sair silenciosamente de circulação

Banco Central recolhe automaticamente notas da primeira família do real sempre que retornam ao sistema bancário.

Publicado em 9 de dezembro de 2025 às 11:08

Após 30 anos cédulas antigas do Plano Real começam a sair silenciosamente de circulação
Após 30 anos cédulas antigas do Plano Real começam a sair silenciosamente de circulação Crédito:  Marcello Casal Jr./Agencia Brasil

Três décadas depois do lançamento do Plano Real, o Banco Central iniciou um processo discreto, mas que marca o fim de um ciclo: as cédulas da primeira família, usadas desde 1994 e padronizadas em tamanho único, estão sendo retiradas de circulação sempre que retornam a bancos, caixas eletrônicos ou transportadoras de valores.

A mudança não envolve campanha pública nem exige que a população troque as notas. Segundo o BC, “o objetivo é preservar a qualidade e a segurança do dinheiro físico”, já que boa parte das cédulas mais antigas apresenta desgaste que dificulta a verificação de autenticidade e até o funcionamento de equipamentos que dependem da leitura automática do papel-moeda.

Fim da convivência entre dois padrões de dinheiro

O recolhimento resolve ainda um entrave técnico que persistia desde 2010: a coexistência das notas antigas, todas do mesmo tamanho, com a segunda família do real, que adotou dimensões diferentes para cada valor.

Essa convivência elevava os custos do sistema financeiro. Máquinas de autoatendimento, caixas de agência, empresas de transporte de valores e equipamentos de triagem precisavam operar com mais de um padrão, algo que o BC vinha tentando simplificar.

A nova diretriz é clara: sempre que uma nota da primeira geração entrar novamente no fluxo bancário, ela será separada, enviada ao Banco Central e substituída por uma cédula da família mais recente.

Para o consumidor, nada muda: tudo continua valendo

Apesar da retirada progressiva, nenhuma das notas antigas perde valor. A orientação segue simples: quem tiver uma cédula da primeira família pode usá-la normalmente, depositar no banco ou até guardá-la como peça de coleção.

A instituição reforça que não há prazo final para circulação e que não será necessário ir a agências obter novas versões.

Entre as cédulas que permanecem válidas está a rara nota de R$ 10 em polímero, lançada em edição especial no ano 2000, que segue aceita e pode continuar com colecionadores ou no comércio.

Fim simbólico de uma era

Com a substituição gradual, o país se aproxima de um padrão único de papel-moeda, aquele introduzido a partir de 2010, com animais brasileiros em destaque e medidas extras de segurança.

As notas do início do Plano Real, que acompanharam o período de estabilização econômica e marcaram gerações, agora começam a deixar silenciosamente o dia a dia dos brasileiros.