Publicado em 4 de setembro de 2025 às 08:29
O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados por suposto golpe de estado no Supremo Tribunal Federal (STF) foi suspenso após a sessão da manhã desta quarta-feira (3). O STF retoma o julgamento no próximo dia 9 de setembro, com o voto do relator, ministro e presidente do STF, Alexandre de Moraes, na ação penal que investiga a trama golpista. Na ocasião, os ministros vão apresentar seus votos para decidir se condenam ou absolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. O caso será julgado até 12 de setembro.>
Os primeiros dias de julgamento foram marcados pela leitura do relatório do processo, feita pelo ministro Alexandre de Moraes, e, a sustentação oral da PGR. Após a manifestação da acusação e a leitura do relatório, as defesas focaram em suas argumentações nas versões sobre a minuta do golpe, a delação premiada de Mauro Cid e os atos de 8 de Janeiro.>
Após a suspensão do julgamento, com a finalização dos argumentos da defesa, os ministros da Primeira Turma do STF vão apresentar os votos na próxima semana. Alexandre de Moraes será o primeiro a se manifestar. Na sequência, votarão Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A decisão será dada por maioria. Se Bolsonaro e seus aliados forem condenados, as prisões não serão automáticas, cabe à defesa fazer eventuais recursos. Mas após a fase dos recursos, se as condenações forem mantidas, os réus poderão ser presos em alas especiais de presídios ou ficar em dependências das Forças Armadas.>
Saiba a atuação da defesa nesses dois dias de julgamento>
Durante dois dias de julgamento, os ministros do STF que respondem pela Primeira Turma ouviram as defesas dos oito réus, que questionaram as provas colhidas pela Polícia Federal e questionaram as provas colhidas pela Polícia Federal. Além disso, a defesa ousou criticar a atuação na ação penal do ministro de presidente da casa, Alexandre de Moraes. Enquanto a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a acusação de Jair Bolsonaro e seus aliados, a defesa pediu a absolvição de todos os 8 réus acusados na ação penal.>
A defesa mais convincente foi do general Walter Souza Braga Netto, os demais advogados alegaram fragilidade na delação de Mauro Cid. A informação de dinheiro para financiar o golpe de estado por um general, revelada 15 meses após o início da delação, foi o ponto mais criticado entre os advogados de defesa.>
A defesa de Jair Bolsonaro também questionou a as defesas a credibilidade de Mauro Cid, e, alegou que o ex-ajudante de ordens mentiu. Na sequência, os advogados defenderam que o ex-presidente foi “dragado” para os atos de 8 de Janeiro e negaram qualquer envolvimento com a operação “Punhal Verde e Amarelo”.>
Para a defesa de Bolsonaro, as contradições de Mauro Cid deveriam anular a delação premiada. “Um assunto encerrado gerar uma pena de 30 anos não é razoável. O que está acontecendo é trazer algo que se traz para crimes contra a vida, de assassinato de pessoas, para o 8 de Janeiro. Esses são os fatos que dão o contorno de uma acusação tão grave, e sobre eles não há prova”, completou a defesa de Bolsonaro.>
Crimes imputados a Bolsonaro e demais réus:>
• Organização criminosa armada.
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• Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.>
• Golpe de Estado.>
• Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima (com exceção de Ramagem).>
• Deterioração de patrimônio tombado (com exceção de Ramagem).>