Caixa lança ferramenta para medir e reduzir emissão de carbono em obras do Minha Casa, Minha Vida

Plataforma desenvolvida com a USP busca construções mais sustentáveis e baratas

Publicado em 3 de novembro de 2025 às 16:32

Plataforma desenvolvida com a USP busca construções mais sustentáveis e baratas
Plataforma desenvolvida com a USP busca construções mais sustentáveis e baratas Crédito: Agência Brasil

A Caixa Econômica Federal lançou nesta segunda-feira (3), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), uma nova ferramenta que promete tornar os projetos habitacionais mais sustentáveis. A plataforma vai medir quanto carbono é gerado durante a construção de empreendimentos financiados pelo banco e ajudar engenheiros e construtoras a reduzir o uso de materiais e, consequentemente, as emissões de CO₂.

O sistema, chamado Benchmark Iterativo para Projetos de Baixo Carbono (BIPC), foi apresentado durante o evento “Habitação de baixo carbono: experiências globais e soluções locais”, em São Paulo. A ferramenta começará a ser usada em empreendimentos do programa Minha Casa, Minha Vida, que concentra grande parte das construções financiadas pela Caixa.

Segundo a instituição, o modelo padronizado do programa facilita a adoção de soluções sustentáveis que podem reduzir a poluição, melhorar a qualidade das moradias e incentivar a inovação na construção civil.

De acordo com Vanderley Moacyr John, professor da Escola Politécnica da USP e coordenador do projeto, o objetivo é otimizar o uso de materiais sem comprometer a qualidade das obras:

“A ferramenta ajuda projetistas e construtoras a usar menos material. Com isso, o CO₂ emitido cai e o custo da obra também diminui. Esse é o segredo da ferramenta.”

O sistema permite comparar diferentes tipos de projetos, levando em conta fatores como número de andares, tipo de estrutura (vigas, pilares) e materiais usados. Assim, é possível identificar quais soluções são mais eficientes e sustentáveis.

Ainda segundo John, o impacto será amplo:

“A Caixa financia cerca de 80% do mercado imobiliário. Isso significa que quase todas as habitações do país passarão por essa ferramenta. Vamos reduzir a pegada de carbono e o custo das construções ao mesmo tempo.”

A plataforma também terá uma área pública, onde qualquer pessoa poderá consultar dados sobre a emissão média de carbono em diferentes tipos de construções no Brasil.

Sustentabilidade e metas futuras

Durante o lançamento, o presidente da Caixa, Carlos Vieira, destacou que o setor da construção civil representa cerca de 10% do PIB do país e emprega de 20% a 25% da força de trabalho nacional. “Com essa ferramenta, vamos democratizar o acesso à informação sobre o impacto ambiental das construções”, afirmou.

Além da plataforma, o banco anunciou novas metas ligadas à sustentabilidade:

• Aumentar em 50% o volume de crédito verde até 2030, chegando a R$ 1,25 trilhão;

• Garantir mais mulheres em cargos de liderança, com pelo menos 36% dos cargos de chefia e um terço dos cargos de alta gestão ocupados por mulheres até 2030;

• Zerar as emissões líquidas de carbono até 2050, incluindo tanto as operações diretas quanto as financiadas;

• Adotar um modelo de economia circular, reduzindo o envio de resíduos para aterros e eliminando o uso de incineração.

Com essas ações, a Caixa quer unir habitação popular, inovação e sustentabilidade, tornando as construções mais eficientes e menos poluentes, e ajudando o Brasil a cumprir suas metas climáticas nas próximas décadas.

Com informações da Agência Brasil