Publicado em 16 de outubro de 2025 às 13:20
O dia 20 de novembro de 2024 marcou a trágica morte do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, baleado à queima-roupa por um policial militar dentro de um hotel da Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Vídeos de câmeras de segurança, assim como imagens de câmera corporal de PMs, mostraram que ele estava desarmado, sem camisa e de chinelo, contradizendo versões iniciais que o acusavam de agressividade ou tentativa de tomar a arma de policiais.>
Conforme apurado, tudo começou quando Marco Aurélio teria dado um tapa no retrovisor de uma viatura. Ele fugiu para dentro do hotel, perseguido pelos policiais. Na escadaria que dá acesso aos quartos, relata-se que um policial caiu depois que Marco Aurélio segurou sua perna, foi nesse momento que o outro disparou.>
Levado ao Hospital Ipiranga, ele passou por cirurgia, mas não resistiu, após sofrer duas paradas cardiorrespiratórias.>
Imagens, omissões e acusações>
O Ministério Público de São Paulo recomendou a apreensão das câmeras corporais usadas pelos policiais envolvidos, para perícia. A família contesta também a escolha do hospital para o socorro, afirmando que havia unidades mais próximas do local do disparo.>
Além disso, os pais de Marco Aurélio acusam o Estado de racismo, discriminação social e omissão de socorro, apontando que o jovem foi tratado de forma desigual por aparentar “pobreza” por estar despojado de roupas mais vistosas.>
Situação judicial e resposta das autoridades>
O policial identificado como autor do disparo foi indiciado por homicídio doloso, e permanece afastado das funções operacionais. As investigações envolvem tanto o Inquérito Policial Militar quanto o DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) e a Corregedoria da PM.>
A família, em parceria com a ONG Conectas Direitos Humanos, protocolou denúncia à ONU, responsabilizando o governo paulista pela morte, e pleiteando medidas que reduzam a letalidade policial e garantam apoio às vítimas.>
Recentemente, a Justiça de São Paulo negou pedido de medida protetiva para os pais da vítima contra os policiais réus, justificando ausência de base legal para a tutela nesse processo criminal.>
O governador do estado, Tarcísio de Freitas, em rede social, manifestou pesar pela morte, dizendo que “abusos nunca vão ser tolerados” e reforçando que os responsáveis serão punidos severamente.>