Publicado em 2 de setembro de 2025 às 18:21
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), interveio nesta terça-feira (2) durante a sustentação do advogado Paulo Renato Cintra, que defende o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, réu no julgamento do núcleo 1 da trama golpista.
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Cintra afirmou que Ramagem não participou da difusão de desinformação contra o sistema eleitoral e, ao longo de sua fala, usou repetidamente os termos “voto impresso” e “voto auditável” como se fossem equivalentes.>
Cármen Lúcia, que atualmente preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fez questão de corrigir a interpretação:>
“Vossa Senhoria usou, com muita frequência, como se fosse a mesma coisa, e não é. Essa confusão foi repetida justamente para gerar dúvida na cabeça da brasileira e do brasileiro e colocar em xeque o sistema eleitoral”, disse.>
A ministra explicou que as urnas eletrônicas brasileiras são auditáveis desde 1996, quando passaram a ser implantadas. Isso significa que o sistema permite fiscalização e verificação de votos por diversas etapas técnicas e de auditoria independentes. Já o chamado voto impresso, proposto por aliados de Jair Bolsonaro, prevê a impressão física de cada voto depositado na urna, medida rejeitada pelo TSE por abrir margem para fraudes e pressões sobre o eleitor.>
Após a correção, o advogado esclareceu que utilizou os termos como sinônimos porque era assim que apareciam em mensagens de WhatsApp trocadas entre Bolsonaro e aliados, citadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na denúncia.>
Na mesma sustentação, Cintra também argumentou que os casos de monitoramento ilegal mencionados pela PGR ocorreram antes de Ramagem assumir o comando da Abin.>
A sessão do STF continua com as sustentações dos demais advogados de defesa.>