Com 6,6 milhões de seguidores, padre Patrick pede para ser convocado na CPI das Bets: ‘eu queria depor’

Padre critica casas de apostas e propõe ouvir influenciadores que rejeitam contratos com o setor.

Publicado em 18 de maio de 2025 às 21:49

Com 6,6 milhões de seguidores, padre Patrick pede para ser convocado na CPI das Bets: ‘eu queria depor’
Com 6,6 milhões de seguidores, padre Patrick pede para ser convocado na CPI das Bets: ‘eu queria depor’ Crédito: Reprodução/Instagram/@padre_patrick

O padre Patrick, conhecido nacionalmente por sua atuação nas redes sociais e trabalho como pároco em Parauapebas, no sudeste do Pará, poderá ser convocado para depor na CPI das Apostas Esportivas, em andamento no Senado Federal. A comissão, também chamada de “CPI das Bets”, foi criada para investigar irregularidades como manipulação de resultados, lavagem de dinheiro e aliciamento de influenciadores digitais por empresas de apostas.

A possível convocação do religioso ganhou força após a divulgação de um vídeo nas redes sociais em que ele expressa o desejo de contribuir com os trabalhos da comissão. Na gravação, que viralizou e chegou até a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, o padre faz críticas contundentes ao setor e relata o impacto do vício em jogos nas famílias brasileiras. Diante da repercussão, a senadora apresentou um requerimento oficial para convocá-lo, o pedido ainda será avaliado pelos membros da comissão.

“Vocês estão acompanhando a CPI das Bets? Eu queria depor. Manda esse vídeo aqui para aquela senadora que está à frente lá”, afirmou o padre no início do vídeo. Ele também fez um apelo para que a CPI ouça influenciadores que, como ele, recusaram propostas financeiras para divulgar sites de apostas. “Deveriam ouvir as pessoas que, a todo momento, recebem essas propostas com a dignidade de não aceitar, não se vendem pelo dinheiro”, disse.

Além de influenciador, Patrick também falou sobre sua experiência no confessionário, onde afirma ouvir relatos de fiéis sobre os efeitos destrutivos do vício em apostas. “Escuto pessoas aqui. Ninguém procura padre para contar coisa boa, não. Escuto famílias destruídas por conta dessa desgraça de jogo”, declarou.

A participação do padre Patrick pode representar uma nova abordagem nos debates da CPI, trazendo ao centro da discussão aspectos sociais, éticos e espirituais envolvidos na atuação das casas de apostas no Brasil. Ao propor dar voz a quem se opõe à lógica do lucro fácil, o religioso amplia o escopo do debate e pressiona o Senado a considerar os impactos do setor para além das cifras.