Como Lula pretende tratar a guerra Irã-Israel na cúpula do Brics; entenda

Encontro acontece nos dias 6 e 7 de julho e terá presença de representante do Irã; presidente brasileiro deve defender mudanças na ONU.

Publicado em 23 de junho de 2025 às 13:36

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Reprodução  Crédito: Ricardo Sturcket - Agência Brasil 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se prepara para quebrar o silêncio sobre o agravamento do conflito entre Israel e Irã durante a cúpula do Brics, que acontece nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. O Irã deverá enviar um representante para o evento. 

A presença iraniana no evento aumenta a tensão diplomática e promete tornar o debate ainda mais delicado. Por enquanto, no entanto, o Palácio do Planalto evita antecipar qualquer posicionamento mais firme.

De acordo com Celso Amorim, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Lula não tem previsão de falar publicamente sobre o tema até o momento. Amorim afirmou ainda que, até esta segunda-feira (23), o presidente não havia mantido conversas bilaterais com outros chefes de Estado sobre o conflito.

Nota oficial e crítica aos EUA e Israel

Mesmo sem declaração direta de Lula, o governo brasileiro já demonstrou sua posição. Em nota divulgada no domingo (23), o Itamaraty condenou “com veemência” os ataques militares realizados por Israel e pelos Estados Unidos contra instalações nucleares no território iraniano.

No comunicado, o Ministério das Relações Exteriores classificou as ações como uma grave violação da soberania do Irã, da Carta das Nações Unidas e das normas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

“Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala”, diz a nota.

A crise internacional promete esquentar os bastidores da cúpula do Brics no Brasil. Com a participação direta de potências envolvidas no conflito ou aliadas de um dos lados, o evento pode se transformar em uma arena de pressão diplomática — e Lula terá o desafio de equilibrar os interesses estratégicos e o discurso pela paz