Defesa pede a Moraes autorização para cirurgia urgente de Bolsonaro

Ex-presidente passou por exames na PF, que apontaram duas hérnias e indicaram necessidade de procedimento fora do sistema prisional

Publicado em 15 de dezembro de 2025 às 15:46

Ex-presidente passou por exames na PF, que apontaram duas hérnias e indicaram necessidade de procedimento fora do sistema prisional
Ex-presidente passou por exames na PF, que apontaram duas hérnias e indicaram necessidade de procedimento fora do sistema prisional Crédito: Reprodução

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorização para a realização urgente de uma cirurgia. Bolsonaro está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, e passou por exames de ultrassonografia no último domingo (14), que identificaram duas hérnias inguinais.

De acordo com os advogados, os médicos que acompanham Bolsonaro recomendaram a realização imediata de uma cirurgia, já que o procedimento não pode ser feito dentro do ambiente prisional. A defesa informou que a intervenção precisa ocorrer em hospital, com previsão de internação entre cinco e sete dias, no Hospital DF Star, na capital federal.

Em documento enviado ao STF, os advogados afirmam que o médico responsável pelo acompanhamento clínico, Claudio Birolini, elaborou um novo relatório reforçando a necessidade da cirurgia de herniorrafia inguinal bilateral, sob anestesia geral e com acompanhamento hospitalar adequado.

A defesa também destacou que o caso exige urgência. Segundo os advogados, manter Bolsonaro em regime fechado, sem acesso rápido a cuidados médicos especializados, pode representar risco real à sua integridade física. Por isso, além da autorização para a cirurgia, eles voltaram a pedir a concessão de prisão domiciliar humanitária.

“Não se trata de uma hipótese remota, mas de uma necessidade médica atual e comprovada. A postergação do procedimento pode levar a agravamento do quadro, internação emergencial e complicações evitáveis”, argumentaram os advogados.

No fim de semana, a defesa já havia informado nas redes sociais que os exames confirmaram a presença de duas hérnias inguinais e que a cirurgia é a única forma de tratamento definitivo. No sábado, dia 13, Alexandre de Moraes autorizou a entrada de um médico com aparelho de ultrassom portátil na cela onde Bolsonaro cumpre pena, após pedido feito pela defesa na semana anterior.

A hérnia inguinal ocorre quando parte do intestino ou tecido abdominal se desloca por uma abertura na região da virilha, podendo causar dor, inchaço e desconforto, principalmente durante esforços físicos.

Bolsonaro está preso desde 22 de novembro na Superintendência da Polícia Federal. Inicialmente, cumpria prisão preventiva, mas após o trânsito em julgado do processo sobre a trama golpista, no dia 25 de novembro, passou a cumprir a pena em regime fechado.

O novo pedido da defesa ocorre após Moraes afirmar que documentos médicos anteriores apresentados eram antigos e determinar que a Polícia Federal realizasse uma perícia médica oficial em até 15 dias para avaliar a necessidade de cirurgia imediata. O prazo dessa perícia ainda está em andamento.

Mesmo assim, os advogados insistem que os exames recentes comprovam a urgência do procedimento e pedem que a cirurgia seja autorizada o quanto antes, com permanência hospitalar pelo tempo necessário para uma recuperação segura.