Publicado em 27 de setembro de 2024 às 14:56
O mês de agosto registrou o terceiro aumento consecutivo na expansão de áreas degradadas na Amazônia. De acordo com informações do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto de Pesquisa do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), em 2024, foram devastados 2.870 km² de florestas. O valor é 11 vezes superior ao observado no mesmo período de 2023, quando 258 km² de floresta foram degradados. Ao contrário do desmatamento, onde a vegetação é completamente removida, a degradação se caracteriza pela perda parcial da vegetação, causada por incêndios ou pela extração de madeira.
O território degradado ultrapassa a capital do Tocantins, Palmas, a nona maior cidade do Brasil. Segundo os pesquisadores do Imazon, que monitora a Amazônia através de imagens de satélite desde 2008, os dados coletados são vistos como altos para essa época, caracterizada por um aumento de casos de incêndio devido à tradicional prática de limpeza de campos de cultivo e pastagens.
Em agosto, com o aumento da degradação ambiental na Amazônia, o Pará e o Mato Grosso foram os estados mais impactados. O Pará representa 45% do total da área degradada, com um crescimento de oito vezes em um ano. Por outro lado, Mato Grosso mostrou um aumento de quase 20 vezes na área degradada, destacando a seriedade da situação.
A deterioração das terras indígenas também mostrou um aumento alarmante, aumentando de 15 km² em agosto de 2023 para 972 km² em agosto de 2024, quase um aumento de 65 vezes. Os estados do Pará e Mato Grosso lideram a lista dos 10 territórios indígenas mais impactados. Aproximadamente 40% da área total degradada ocorreu em terras indígenas no Pará. Por outro lado, Mato Grosso ficou na segunda, terceira e quarta posição, com os territórios Sararé, Capoto/Jarina e Aripuanã.
Desmatamento
Também houve um aumento nos casos de desmatamento pelo terceiro mês seguido na Amazônia. A pesquisa do Imazon indica que houve um desmatamento de 662 km², o que representa a devastação de cerca de 2.135 campos de futebol diariamente na floresta. Em relação a agosto do ano passado, houve um crescimento de 17%.
No mesmo período, observou-se um crescimento na destruição em assentamentos e unidades de conservação. A área impactada nos assentamentos aumentou de 129 km² em agosto de 2023 para 163 km² em agosto de 2024. Nas áreas protegidas, o desmatamento aumentou de 49 km² para 57 km² no mesmo intervalo de tempo, resultando em um aumento de 16%.