Depoimento de Daniel Vorcaro à PF dura quase quatro horas no STF

Terminou após quase quatro horas o depoimento do banqueiro Daniel Vorcaro à Polícia Federal nesta terça-feira (30), no Supremo Tribunal Federal. Dono do Banco Master, Vorcaro foi o primeiro a ser ouvido no inquérito que apura uma suposta fraude de R$ 12 bilhões envolvendo a venda de carteiras de crédito ao Banco de Brasília.

Os depoimentos começaram por volta das 14h, na sede do STF. Vorcaro chegou a Brasília pela manhã e falou por quase quatro horas, enquanto aguardavam o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino. Por volta das 17h30, teve início o depoimento de Costa. Aquino será o próximo a prestar esclarecimentos.

As oitivas são conduzidas pela delegada Janaína Palazzo, da Polícia Federal, com acompanhamento de um juiz auxiliar do gabinete do ministro Dias Toffoli, relator do caso no Supremo. Segundo Toffoli, o objetivo é esclarecer as negociações que cercam a suposta fraude bilionária envolvendo o Banco Master e o BRB.

Após ouvir os três investigados, a Polícia Federal deve avaliar se será necessária uma acareação para confrontar versões apresentadas durante os depoimentos. Embora o procedimento tenha sido inicialmente previsto por Toffoli, a decisão final ficará a cargo da investigação.

O inquérito tramita sob sigilo no STF desde o fim de novembro, depois que a Polícia Federal identificou indícios de envolvimento de autoridades com foro privilegiado. No curso da investigação, a 10ª Vara Federal de Brasília determinou a prisão de Vorcaro, de outros quatro executivos do banco e de mais dois investigados, além do afastamento de Paulo Henrique Costa da presidência do BRB.

Vorcaro permaneceu preso por 12 dias e foi solto por decisão da desembargadora federal Solange Salgado da Silva. Paralelamente à apuração criminal, o Banco Central determinou a liquidação extrajudicial do Banco Master.