Empresários relatam ao Ministério Público pressão para vender postos de combustíveis

Facção criminosa usava ameaças de morte e adulteração de combustíveis em esquema bilionário de lavagem de dinheiro

Publicado em 29 de setembro de 2025 às 11:06

O setor, segundo a Receita, era utilizado para movimentar bilhões de reais do crime organizado.
O setor, segundo a Receita, era utilizado para movimentar bilhões de reais do crime organizado. Crédito: Reprodução - Freepik

Após a operação realizada pela Receita Federal e pelo Ministério Público de São Paulo, na última semana, que desarticulou um esquema de lavagem de dinheiro e adulteração de combustíveis, o MP colheu depoimentos de empresários que foram obrigados a vender seus postos sob ameaça de morte. O setor, segundo a Receita, era utilizado para movimentar bilhões de reais do crime organizado.

Em entrevista ao Fantástico, uma das vítimas detalhou a forma de intimidação.

“Você vai vender o posto por bem ou por mal.” Essa era a frase usada por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) para forçar a venda dos estabelecimentos. Além das ameaças, os empresários não recebiam os valores combinados e, em alguns casos, ainda acabaram respondendo criminalmente por fraudes cometidas pela quadrilha.

As vítimas afirmam que tiveram suas assinaturas falsificadas por Alexandre Leal, comprador de um dos postos. Na sequência, a propriedade foi transferida para Wilson Pereira Júnior, que, segundo o Ministério Público, atuava em sociedade com o empresário Flávio Silvério Siqueira, apontado como principal beneficiário do esquema.

O advogado de defesa de Flávio Silvério Siqueira declarou que seu cliente não tem ligação com o PCC. Já o defensor de Wilson Pereira Júnior afirmou que ele “não foi formalmente citado no processo”. Os advogados de Alexandre Leal não foram localizados.