Família acusa padre de preconceito após ele se recusar a dizer nome de criança em batizado no RJ

A família afirma que o padre se recusou a pronunciar o nome da criança, Yaminah, alegando que ele não seria cristão e estaria ligado a um culto religioso.

Publicado em 27 de agosto de 2025 às 13:56

A família afirma que o padre se recusou a pronunciar o nome da criança, Yaminah, alegando que ele não seria cristão e estaria ligado a um culto religioso.
A família afirma que o padre se recusou a pronunciar o nome da criança, Yaminah, alegando que ele não seria cristão e estaria ligado a um culto religioso. Crédito: Reprodução

Um batizado realizado em uma igreja católica no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, terminou em denúncia de intolerância religiosa. A família afirma que o padre se recusou a pronunciar o nome da criança, Yaminah, alegando que ele não seria cristão e estaria ligado a um culto religioso.

Segundo os pais, David Fernandes e Marcelle Turan, todo o processo foi seguido corretamente: eles entregaram a documentação exigida, participaram do curso de padrinhos e escolheram a mesma igreja onde familiares paternos já haviam celebrado outros batizados.

No entanto, momentos antes da cerimônia, o padre disse que não falaria o nome da menina e sugeriu usar “Maria e o nome da criança”. A família não aceitou. Durante a celebração, o religioso acabou se referindo a Yaminah apenas como “a criança”.

Para os pais, a atitude foi um desrespeito. Eles explicam que o nome da filha tem grande significado: representa “justiça, prosperidade e direção”.

O episódio foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância como preconceito por raça, cor ou religião.

O que diz a Igreja

Em nota, a Arquidiocese do Rio afirmou que o batismo foi feito corretamente, de acordo com o ritual romano, e que o nome da criança só é citado em momentos específicos da liturgia. A instituição acrescentou que padres podem dar orientações sobre a escolha de nomes, mas apenas de forma aconselhativa — nunca como motivo para recusar ou restringir o sacramento.

A Arquidiocese disse ainda repudiar qualquer forma de discriminação e reafirmou o compromisso da Igreja com acolhimento e respeito à diversidade cultural.

Com informações do Metrópoles