Família e autoridades revelam histórico de transtornos mentais do jovem morto por leoa

Mesmo com barreiras regulamentadas, ele conseguiu acessar o espaço restrito dos animais.

Publicado em 1 de dezembro de 2025 às 06:55

Família e autoridades revelam histórico de transtornos mentais do jovem morto por leoa
Família e autoridades revelam histórico de transtornos mentais do jovem morto por leoa Crédito: Reprodução/Redes Sociais

A tragédia envolvendo a leoa do zoológico de João Pessoa, neste domingo (30), ganhou nova dimensão após autoridades e conselheiros tutelares confirmarem que Gerson de Melo Machado, 19, vivia há anos com transtornos mentais e histórico de vulnerabilidade que o afastou até do próprio núcleo familiar.

Gerson acumulava 16 registros policiais, dez deles ainda na adolescência, e chegou a ser atendido pelo CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), de onde fugiu pouco tempo depois. Segundo o policial penal Ed Alves, que já havia atuado em ocorrências envolvendo o jovem, sua trajetória era marcada por episódios de risco e desorientação.

A conselheira tutelar Verônica Oliveira, que acompanhou o rapaz por quase uma década, afirmou em nota que ele ingressou na rede de proteção ainda criança, após ser encontrado sozinho pela Polícia Rodoviária Federal. Ela relembrou que o menino enfrentava um ambiente familiar frágil, pois havia sido afastado da mãe, diagnosticada com esquizofrenia. “Foram oito anos lutando para garantir seus direitos… conheci a criança destruída do poder familiar da mãe”, escreveu.

A dinâmica da invasão

De acordo com a prefeitura de João Pessoa, equipes de segurança do parque tentaram impedir que Gerson avançasse para a área reservada aos animais, mas ele agiu rapidamente e conseguiu ultrapassar as barreiras. O zoológico foi fechado logo após o ataque para procedimentos de segurança e remoção do corpo.

A administração do espaço reforçou que o recinto dos leões segue as normas da instrução do Ibama, incluindo padrões de altura e contenção feitos para proteger visitantes e profissionais. Segundo a direção, as barreiras ultrapassam os requisitos mínimos, com ampliação de mais de dois metros na estrutura e borda negativa de 1,5 metro.

Apesar das medidas, a prefeitura destacou que a ação insistente do jovem resultou na violação da área protegida e no desfecho fatal.