Ferrari apreendida em operação contra sindicato ligado a irmão de Lula impressiona
PF apreendeu uma série de bens de alto valor em investigação que mira o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi).
Silmara Lima
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Publicado em 10 de outubro de 2025 às 10:43
Em uma nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada nesta quinta‑feira (9), a Polícia Federal, com o apoio da Controladoria‑Geral da União (CGU), apreendeu uma série de bens de alto valor em investigação que mira o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), entidade ligada a José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Foram apreendidos diversos veículos de luxo, porém, uma Ferrari F8 Spider avaliada em R$ 4 milhões, chamou atenção por ser um dos conversíveis mais potentes já produzidos por uma marca italiana. A apuração envolve suspeitas de descontos indevidos em benefícios do INSS, lavagem de dinheiro, omissão de vínculo político e formação de organização criminosa.
A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e envolve cumprimento de 66 mandados de busca e apreensão em vários estados e no Distrito Federal. O Sindnapi afirmou ter recebido “com surpresa” os mandados de busca e apreensão, negando irregularidades e alegando que suas atividades são lícitas. Os veículos de luxo apreendidos são: uma Ferrari, um Porsche, um Volvo, Jeeps, um Mini Cooper, além de uma motocicleta Ducati (tida como “Ferrari das motos”). Também foram recolhidos cofres, armas, munições, grandes quantias de dinheiro e relógios de luxo.
As investigações apontam que o sindicato teria omitido a existência de Frei Chico em sua diretoria ao observar formalidades para firmar parceria com o INSS, o que poderia configurar violação da legislação que veda contratos com entidades que tenham entre os dirigentes parentes diretos de autoridades políticas. O Sindnapi teria arrecadado cerca de R$ 259 milhões entre janeiro de 2019 e março de 2024 através de mensalidades associativas e convênios.
Órgãos investigativos apuram, ainda, a inserção de dados falsos em sistemas oficiais, uso de empresas intermediárias para ocultar patrimônio, lavagem de dinheiro e dilapidação patrimonial. Embora tenham sido apreendidos bens de grande valor, não há confirmação pública até o momento de quem é o proprietário específico do veículo apreendido ou de qual valor exato corresponde a esse bem dentro dos autos.
Além disso, o caso ganha contornos políticos pela ligação de Frei Chico à presidência da República, o que pode gerar debates sobre conflito de interesses, responsabilidade institucional, e transparência no uso de convênios com entidades que administram descontos de benefício social. As defesas legais do Sindnapi e de seus dirigentes negam irregularidades.
