Fim da cracolândia? Principal ponto de concentração de usuários amanhece vazio em SP

A Rua dos Protestantes, onde fica a Cracolândia, amanheceu vazia. Usuários estariam ocupando outras regiões, em uma remoção “forçada”.

Publicado em 14 de maio de 2025 às 11:22

A Rua dos Protestantes, onde fica a Cracolândia, amanheceu vazia. Usuários estariam ocupando outras regiões, em uma remoção “forçada”.
A Rua dos Protestantes, onde fica a Cracolândia, amanheceu vazia. Usuários estariam ocupando outras regiões, em uma remoção “forçada”. Crédito: Reprodução

A Rua dos Protestantes, conhecida por abrigar os usuários da Cracolândia, no centro de São Paulo, amanheceu vazia na terça (13) e quarta-feira (14). O fluxo, como é chamada a concentração de dependentes químicos, desapareceu um dia após o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmar que sua gestão estaria fazendo “o que ninguém teve coragem de fazer”.

Tarcísio publicou no X (antigo Twitter), na segunda (12), um trecho de uma entrevista que concedeu à rádio Massa FM. Na legenda da publicação, o governador foi enfático, e afirmou que “a Cracolândia vai acabar”.

“Estamos fazendo o que nunca foi feito, o que ninguém teve coragem de fazer. Por isso, reforço aqui meu compromisso: a Cracolândia vai acabar”, disse.

Os usuários já relataram à veículos  locais que a repressão por parte da Guarda Civil Metropolitana (GCM) piorou na última semana, especialmente nas ações do batalhão de elite da corporação, a Inspetoria de Operações Especiais (IOPE).

Segundo eles, os guardas fazem uso da força para concentrar o fluxo em um território menor, o que facilitaria o controle. Para isso, os agentes cometem agressões físicas, utilizam cassetetes, sprays de pimenta e atiram com balas de borracha na direção dos usuários.

Apesar do esvaziamento do antigo ponto de concentração, moradores da região observaram que os usuários se deslocaram para outros locais do centro, incluindo a região do Minhocão, Santa Cecília e outras avenidas da cidade.

Em coletiva de imprensa na terça-feira (13), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), comentou o recente esvaziamento, atribuindo-o a um trabalho contínuo da prefeitura e do governo estadual e à desarticulação do tráfico de drogas na região.

Nunes expressou surpresa com a mudança: “Surpreendeu, verdadeiramente, obviamente que a gente já vinha reduzindo gradativamente, todos os dias vinha reduzindo a quantidade de pessoas lá”.

Com informações do Metrópoles