Governo avalia o retorno do horário de verão, diz ministro de Minas e Energia

A volta do horário de verão, extinto no governo Bolsonaro, é uma possibilidade. No entanto, o ministro diz que o retorno será considerado, apenas, se a seca que atinge o país se agrave.

Publicado em 11 de setembro de 2024 às 11:20

A volta do horário de verão, extinto no governo Bolsonaro, é uma possibilidade, segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
A volta do horário de verão, extinto no governo Bolsonaro, é uma possibilidade, segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Crédito: Agência Brasil

A volta do horário de verão, extinto no governo Bolsonaro, é uma possibilidade, segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. No entanto, o ministro diz que o retorno será considerado, apenas, se a seca que atinge o país se agrave. Em entrevista, Silveira chamou o horário de verão de “controverso” e que apenas “uma pequena maioria gosta”.

“Não tem nada certo, mas é uma possibilidade [a volta do horário de verão]. Apesar de ser controverso do ponto de vista da opinião pública, há uma pequena maioria que gosta e, mais do que isso, a economia agradece. A microeconomia, turismo, bares e restaurantes agradecem. Não é uma possibilidade descartada, mas não tem uma decisão ainda”, disse, na última terça-feira, 10.

Para o ministro a volta da medida “depende de uma conjugação de fatores”.

“O horário de verão tem o resultado de resolver o problema de despacho de térmica na ponta (pico). Quando perdemos as energias intermitentes, em especial a solar no fim da tarde, é coincidente com a chegada das pessoas em casa, ligando o ar-condicionado, indo pro banho. Há um pico de demanda e consequentemente uma diminuição de oferta”, explicou.

“Quando se utiliza o horário de verão, dilui essa demanda e a necessidade do despacho de térmicas. Quando são liberadas do trabalho, as pessoas aproveitam mais o comércio, a praia e outras atividades com a luz do dia. Há um ganho no custo energético. E há também uma ampliação na segurança energética porque reserva mais capacidade térmica para utilizar em outros eventos”, continuou.

Criado em 1931, o horário de verão foi extinto pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), com base em estudos que apontaram a pouca efetividade na economia energética. A gestão Bolsonaro também se baseou em estudos da área da saúde sobre os impactos da mudança no relógio biológico das pessoas.

Quando foi criado, o adiantamento do relógio em uma hora entre os meses de outubro e fevereiro tinha por objetivo reduzir o consumo de energia elétrica durante o horário de pico, que costumava ser em torno das 18h, e trazer economia de energia com maior utilização da iluminação natural. No entanto, nos últimos anos, o Ministério de Minas e Energia constatou mudanças no horário de pico, com maior consumo de energia no período da tarde, principalmente devido à intensificação do uso de aparelhos de ar-condicionado.