Publicado em 17 de junho de 2025 às 10:55
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu dez pessoas, entre homens e mulheres, suspeitas de integrar um grupo que usava aplicativos de relacionamento para atrair e extorquir vítimas, em sua maioria homens gays. A quadrilha ficou conhecida como “Bonde dos Galãs”.
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A operação, deflagrada nas primeiras horas desta terça-feira (17), foi conduzida pela 26ª Delegacia de Polícia, em Samambaia Norte, em Brasília e cumpriu 20 mandados de busca e oito de prisão temporária.>
Como o grupo agia>
Segundo as investigações, os criminosos criavam perfis falsos em aplicativos como o Grindr (na grande maioria usado por homens gays) para atrair vítimas de diversas regiões do Distrito Federal e Entorno, especialmente em bairros como Lago Sul, Cruzeiro, Guará, Águas Claras, Taguatinga, Ceilândia, Recanto das Emas e Santa Maria.>
Os encontros eram sempre marcados em locais isolados e com pouca iluminação, principalmente nas quadras 423 e 425 de Samambaia. Lá, as vítimas eram surpreendidas por dois ou três integrantes do grupo, armados, que as levavam para áreas ainda mais desertas.>
Sob ameaças, agressões e intimidação psicológica, os homens eram obrigados a entregar celulares, senhas e realizar transferências bancárias. Quando os criminosos identificavam altos saldos nas contas, mantinham as vítimas em cárcere até o amanhecer para conseguir realizar saques e transações que só seriam possíveis fora do horário noturno.>
Crimes em sequência>
Em pelo menos duas ocasiões, os carros das vítimas foram usados pelo grupo para cometer outros crimes antes de serem abandonados. Além das perdas materiais, muitas vítimas relataram ameaças para que não procurassem a polícia.>
Entre novembro de 2024 e junho de 2025, ao menos 36 pessoas registraram boletins de ocorrência. No entanto, a polícia acredita que o número real de vítimas seja maior, devido ao medo e constrangimento enfrentado por muitos dos alvos do grupo.>
A investigação identificou diferentes funções entre os integrantes do “Bonde dos Galãs”: alguns ficavam responsáveis por abordar as vítimas nos aplicativos, outros executavam os assaltos, e havia ainda quem recebesse e repassasse os valores e bens roubados.>
Os suspeitos vão responder por crimes de organização criminosa, extorsão qualificada e roubo agravado, com uso de arma de fogo e restrição da liberdade das vítimas.>
Com informações do metrópoles >