Haddad avalia aporte do Tesouro, mas condiciona ajuda aos Correios

Ministro afirma que qualquer apoio à estatal só será possível após aprovação do novo plano e comenta crise que já acumula 6 bilhões de reais em prejuízo no ano

Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 17:49

Ministro afirma que qualquer apoio à estatal só será possível após aprovação do novo plano e comenta crise que já acumula 6 bilhões de reais em prejuízo no ano
Ministro afirma que qualquer apoio à estatal só será possível após aprovação do novo plano e comenta crise que já acumula 6 bilhões de reais em prejuízo no ano Crédito: Reprodução

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (4) que estuda diferentes alternativas para enfrentar a crise financeira dos Correios, incluindo um possível aporte do Tesouro Nacional. Ele reforçou que qualquer ajuda depende da aprovação do Plano de Reestruturação da estatal.

Fernando Haddad reconheceu que a situação dos Correios é grave e exige medidas rápidas, mas enfatizou que o governo não fará nenhum tipo de operação financeira sem que o Plano de Reestruturação seja aprovado. Segundo ele, isso vale para empréstimos, aval do Tesouro ou eventual aporte. O ministro destacou que o objetivo é garantir que a empresa tenha condições de se reorganizar antes de receber qualquer ajuda financeira.

O cenário atual é difícil. Até setembro, os Correios já acumulavam 6 bilhões de reais em prejuízo. A sequência de déficits mensais obrigou o governo a contingenciar 3,3 bilhões de reais em despesas para cumprir a regra fiscal que prevê déficit zero neste ano.

Nas discussões do Orçamento de 2026, existe a possibilidade de permitir uma brecha fiscal de até 10 bilhões de reais para atender demandas de estatais, sendo os Correios o maior ponto de preocupação. Questionado sobre liberar uma exceção específica para um aporte direto na empresa, Haddad descartou essa hipótese e afirmou que qualquer medida será tomada dentro das regras vigentes.

A crise também se agravou após o Tesouro Nacional negar a garantia da União a um empréstimo de 20 bilhões de reais solicitado pelos Correios. O financiamento havia sido aprovado pelo conselho da estatal e seria concedido por um consórcio formado pelo Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra. A proposta acabou rejeitada devido à taxa de juros considerada alta, próxima de 136% do CDI, acima do limite de 120% normalmente aplicado em operações com garantia do governo.

Com o plano de reestruturação ainda em discussão e sem empréstimo aprovado, o futuro dos Correios depende das próximas decisões econômicas do governo.