Henrique Braun, brasileiro criado no Rio, será o novo CEO global da Coca-Cola

Executivo assume o comando em 2026 e deve manter a estratégia focada em bebidas mais saudáveis e acessíveis

Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 15:24

Executivo assume o comando em 2026 e deve manter a estratégia focada em bebidas mais saudáveis e acessíveis
Executivo assume o comando em 2026 e deve manter a estratégia focada em bebidas mais saudáveis e acessíveis Crédito: Reprodução

A Coca-Cola anunciou que o brasileiro Henrique Braun vai assumir o cargo de CEO global a partir de março de 2026. Ele substituirá James Quincey em um momento em que a empresa tenta se adaptar ao comportamento de um consumidor que busca opções mais saudáveis e com preços que caibam no bolso.

A Coca-Cola confirmou nesta quarta-feira (10) que Henrique Braun será o próximo presidente-executivo da multinacional. A promoção marca um novo capítulo para a companhia, que tenta manter o crescimento ao combinar inovação, produtos com menos açúcar e opções de maior valor agregado.

Nos últimos anos, essa estratégia ajudou a empresa a navegar melhor em um cenário de consumo instável, diferentemente da concorrente PepsiCo. Linhas como bebidas sem açúcar e produtos premium, como o leite Fairlife, sustentaram resultados mais consistentes.

Braun, de 57 anos, nasceu na Califórnia, mas foi criado no Brasil. Ele e o atual CEO, James Quincey, iniciaram suas carreiras na empresa em 1996 e passaram por diversas posições de liderança ao redor do mundo. A transição oficial acontece em 31 de março de 2026.

Em janeiro, Braun foi nomeado diretor de operações. Nesse posto, acumulou experiência em áreas essenciais, como cadeia de suprimentos, inovação, desenvolvimento de novos negócios e coordenação das operações de engarrafamento.

“Meu foco será manter o ritmo de crescimento que construímos ao longo dos anos. Vamos trabalhar com nossos engarrafadores para destravar novas oportunidades”, afirmou Braun em comunicado.

Desde 2017, quando Quincey assumiu, as ações da Coca-Cola cresceram quase 63%. Nesse período, ele ampliou o portfólio da empresa com bebidas sem açúcar, opções de baixa caloria e novas categorias, como água com gás, café, energéticos e leite, parte delas adquiridas por meio de fusões e compras.

Para analistas, Braun deve seguir esse movimento. “Quincey estabeleceu um padrão elevado. Os investidores esperam que o novo CEO continue renovando as marcas”, avaliou Kimberly Forrest, diretora de investimentos da Bokeh Capital Partner.

A movimentação ocorre em meio a uma série de mudanças no comando de grandes empresas de bens de consumo ao longo do ano, reflexo de um mercado dividido e de desafios logísticos agravados por tarifas e custos operacionais.

Com quase 30 anos de carreira na Coca-Cola, Braun tem trajetória marcada por passagens por áreas centrais da companhia, como marketing, inovação, operações e gestão de engarrafadores.

Ele é engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e tem mestrado pela Michigan State University, além de MBA pela Georgia State University. Entrou na Coca-Cola como trainee em 1996, em Atlanta.

Ao longo da carreira, passou por funções em diversos continentes. Entre 2013 e 2016, comandou a operação da Coca-Cola na Grande China e Coreia. Liderou a Coca-Cola Brasil de 2016 a 2020 e, depois, a área de América Latina até 2022.

Nos anos mais recentes, ocupou posições globais de liderança. Em 2024, tornou-se vice-presidente executivo. Em 2025, assumiu o cargo de diretor de operações, ficando responsável por todos os mercados mundiais da empresa.

Agora, será o brasileiro à frente de uma das marcas mais icônicas do planeta.