Publicado em 3 de dezembro de 2025 às 08:43
A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu, nesta segunda-feira (1º), a investigação sobre um dos casos mais violentos registrados recentemente em Juiz de Fora, na Zona da Mata. O inquérito confirmou que uma mulher de 46 anos foi submetida a agressões severas e mantida em cárcere privado pelo companheiro, de 53 anos, que acabou preso em flagrante logo após o ataque, ocorrido em 23 de novembro.
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Segundo a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), o crime teve início quando o casal retornava de uma festa. Tomado por ciúmes, o agressor impediu que a vítima deixasse a própria casa e iniciou uma série de espancamentos que resultaram em ferimentos graves. Entre as lesões, está uma mutilação permanente: durante a agressão, o homem mordeu, arrancou e engoliu parte da boca da companheira, ato que chocou até os investigadores pela brutalidade.>
Com as provas reunidas, que incluem relatos, laudos médicos e elementos periciais, o suspeito foi indiciado por tortura e cárcere privado. Para a delegada responsável pelo caso, Alessandra Azalim, o ataque ultrapassa qualquer limite de violência doméstica já comum no cenário policial.>
“A vítima enfrentou sofrimento extremo, tanto físico quanto emocional. Foi ameaçada, impedida de se proteger e teve a liberdade completamente restringida”, explicou. Ela ressaltou ainda que o caso evidencia o caráter desumanizado da ação do agressor: “A mutilação demonstra um domínio violento sobre o corpo da vítima. Nenhuma mulher deve ser tratada como posse. Ciúme não é justificativa para nenhum tipo de agressão.”>
A divulgação das conclusões ocorre no mesmo período da campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, iniciativa internacional que busca conscientizar sobre a violência de gênero e incentivar denúncias. Para a Polícia Civil, a visibilidade do caso reforça a urgência de romper ciclos de agressão.>
A população pode registrar ocorrências de violência doméstica nas delegacias físicas, pela Delegacia Virtual ou por meio dos canais 190, 197, 180 e 181. Autoridades destacam que denunciar, mesmo de forma anônima, é crucial para salvar vidas.>