Impasse nas negociações leva petroleiros a decretar greve a partir de segunda-feira (15)

Categoria rejeita segunda proposta de Acordo Coletivo.

Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 12:14

Impasse nas negociações leva petroleiros a decretar greve a partir de segunda-feira (15)
Impasse nas negociações leva petroleiros a decretar greve a partir de segunda-feira (15) Crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Após semanas de negociações sem avanço, trabalhadores do Sistema Petrobras decidiram aprovar uma greve nacional a partir da meia-noite da próxima segunda-feira (15). O anúncio foi feito nesta quarta-feira (10), depois da rejeição da nova contraproposta apresentada pela estatal para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

A Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa a categoria, classificou a oferta entregue pela empresa na terça-feira (09) como “insuficiente” e informou que os sindicatos irão comunicar oficialmente a paralisação na sexta-feira. A votação nas bases vem aprovando massivamente o movimento.

Planos de previdência estão no centro do conflito

Entre os pontos que travam o acordo está a cobrança por uma solução definitiva para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, fundo de previdência complementar criado em 1970 pela Petrobras e hoje o segundo maior do país. Os PEDs afetam diretamente aposentados e pensionistas, que reivindicam previsibilidade e recomposição financeira.

Para a FUP, a direção da estatal evita formalizar um posicionamento concreto sobre o tema, mesmo após quase três anos de debates no Fórum em Defesa dos Participantes da Petros. “É inadmissível que a Petrobras ainda não apresente uma proposta que resolva esse problema de forma definitiva”, afirmou o coordenador-geral da federação, Deyvid Bacelar.

Categoria cobra avanços em carreira e remuneração

Os petroleiros também pressionam por melhorias no plano de cargos e salários e pedem garantias de recomposição sem gatilhos de ajuste fiscal. Segundo Bacelar, a empresa tem condições de atender às demandas, já que os gastos com pessoal representam menos de 7% das despesas totais da estatal, percentual considerado baixo para um setor de capital intensivo.

“Não faz sentido que, diante dos lucros expressivos gerados pelos trabalhadores, a alta gestão siga desrespeitando a categoria”, declarou o dirigente.

Mobilização continua até a data da paralisação

Em comunicado divulgado na noite de terça-feira, a FUP orientou trabalhadores e trabalhadoras a continuarem participando das assembleias e reforçou que a greve só será revista caso a estatal retome as negociações com avanços concretos nos três eixos considerados prioritários pela categoria.

Com a decisão, a Petrobras deve ser notificada oficialmente da paralisação ainda esta semana. A estatal não divulgou, até o momento, um novo posicionamento sobre as reivindicações.