Inep anula questões do Enem 2025 e aciona PF após suspeita de antecipação de perguntas

Três itens da prova foram cancelados depois que estudante divulgou conteúdos muito parecidos dias antes do exame

Publicado em 18 de novembro de 2025 às 18:14

Três itens da prova foram cancelados depois que estudante divulgou conteúdos muito parecidos dias antes do exame
Três itens da prova foram cancelados depois que estudante divulgou conteúdos muito parecidos dias antes do exame Crédito: Reprodução

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anulou três questões do Enem 2025 e acionou a Polícia Federal para investigar possível vazamento de informações após relatos de antecipação de perguntas nas redes sociais.

O caso ganhou atenção quando Edcley Teixeira, que se apresenta como estudante de medicina e também oferece serviços de consultoria, fez uma live cinco dias antes do exame mostrando pelo menos cinco questões muito parecidas com as aplicadas na prova oficial. Algumas perguntas tinham até os mesmos números cobrados dos candidatos.

O Inep afirmou que houve “similaridades pontuais” entre o conteúdo divulgado por Teixeira e o Enem, mas nenhuma questão foi repetida exatamente como na versão oficial. Ainda assim, a investigação foi aberta para apurar eventual quebra de sigilo ou ato de má-fé.

Segundo relatos de Edcley, sua estratégia para “prever” as perguntas envolveu memorizar questões de concursos e provas anteriores, incluindo o Prêmio CAPES Talento Universitário, um programa para premiar estudantes de graduação. Ele afirmou que analisou padrões de elaboração do Enem, estudou os algoritmos da Teoria de Resposta ao Item e pesquisou artigos científicos das pessoas envolvidas na criação da prova.

Em vídeos e redes sociais, Edcley disse que tudo era feito de forma legal, com o objetivo de “democratizar a educação”, mas ex-colegas e ex-alunos afirmaram que ele incentivava candidatos a decorarem as perguntas do Talento Universitário como forma de se preparar para o Enem.

O caso gerou repercussão nas redes sociais e nas rodas de estudantes, reacendendo debates sobre segurança, ética e integridade do exame mais importante do país.