Publicado em 13 de novembro de 2024 às 18:01
A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, admitiu que liga para ministros do governo e justificou que seu papel vai além das demandas pessoais. "Eu acho que quando eu ligo para um ministro, talvez não seja só a Janja falando. Talvez, por exemplo, na questão da cocção limpa, eu esteja sendo a voz de milhares de mulheres. É isso que as pessoas precisam entender", disse ela em entrevista à CNN Brasil nesta quarta-feira, 13.
Desde o início do mandato de seu marido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Janja tem cumprido agendas sem a presença do petista. Em setembro de 2023, por exemplo, ela representou a Presidência no Rio Grande do Sul, quando o Estado foi atingido por ciclones extratropicais. O presidente cumpria agenda no exterior e, depois, se afastou de suas funções para realizar uma cirurgia no quadril.
É também sob sua batuta que ocorrerá o festival Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, evento que ocorre simultaneamente à Cúpula do G-20 Social. Por seu envolvimento com o projeto, ficou conhecido nas redes sociais como "Janjapalooza". Como mostrou o Estadão, a Itaipu Binacional e a Petrobras deram, juntas, R$ 33,5 milhões a título de patrocínio para o festival, que também conta com aportes de outras estatais - o Banco do Brasil, Caixa e o BNDES.
Ela já tinha se envolvido na organização do Festival do Futuro, que ocorreu na Esplanada dos Ministérios dia 1º de janeiro de 2023, com a apresentação de mais de 20 artistas.
A atuação da primeira-dama, com poder de veto no governo e interferência em áreas como economia, Defesa e publicidade, recebe críticas de ministros e líderes de partidos desde 2023. Entre a população, uma pesquisa do PoderData, de março, mostrou que 27% das pessoas que a conhecem dizem que ela é "ruim para o Brasil" e 42% afirmam que o trabalho dela é indiferente. Outros 20% dos entrevistados avaliam que Janja é "boa para o País.