Juiz da Lava Jato é investigado em SC por suposto furto de champanhe e alega perseguição

Eduardo Appio, que ganhou notoriedade por criticar a atuação de Sergio Moro e Deltan Dallagnol, nega envolvimento no caso e diz ser vítima de “fake news”

Publicado em 25 de outubro de 2025 às 17:45

Juiz da Lava Jato é investigado em SC por suposto furto de champanhe e alega perseguição
Juiz da Lava Jato é investigado em SC por suposto furto de champanhe e alega perseguição Crédito: Reprodução/Justiça Federal

O nome do juiz federal Eduardo Appio, conhecido nacionalmente por sua atuação e declarações polêmicas relacionadas à Operação Lava Jato, voltou ao centro das atenções, desta vez, por um motivo inusitado. O magistrado é alvo de uma investigação conduzida pela Polícia Civil de Santa Catarina (PC-SC) sobre o suposto furto de duas garrafas de champanhe Moët & Chandon em um supermercado do estado.

O caso chegou ao conhecimento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) após o envio de um inquérito policial, segundo informações do portal NSC Total. O documento, datado de 7 de outubro, aponta que os furtos teriam ocorrido em duas ocasiões distintas, uma no dia 20 de setembro e outra em 4 de outubro. Em ambos os episódios, o estabelecimento teria percebido a ausência de uma garrafa do produto de alto valor.

Procurado pelo colunista Ânderson Silva, Appio negou qualquer envolvimento no episódio e classificou as acusações como infundadas. “Não sei do que se trata. Sempre paguei minhas compras. Tenho comprovantes”, declarou. O juiz também afirmou ser alvo de “fake news” e reiterou que enfrenta perseguições há anos por suas posições contrárias a figuras que lideraram a Lava Jato.

Appio assegurou que tomará medidas judiciais contra aqueles que, segundo ele, estão tentando “atentar caluniosamente” contra sua reputação.

O magistrado ganhou projeção nacional ao adotar uma postura crítica à condução da Lava Jato por parte do então juiz Sergio Moro, hoje senador pelo União Brasil, e do ex-procurador Deltan Dallagnol. Em 2023, Appio chegou a assumir a 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos da operação, mas foi afastado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) após uma investigação sobre suposta conduta irregular, caso que, na época, ele também atribuiu a perseguição política.

Agora, o juiz volta a figurar no noticiário, enquanto a PC-SC segue apurando o suposto furto e o TRF-4 analisa as informações enviadas. Appio, por sua vez, reforça que confia na Justiça e que espera esclarecer o episódio “com total transparência”.