Publicado em 24 de outubro de 2025 às 07:50
O deputado estadual Lucas Diez Bove (PL) se pronunciou após o Ministério Público de São Paulo pedir sua prisão preventiva na quinta-feira (23). Ele é acusado de agressões físicas, verbais e psicológicas contra a ex-esposa, a escritora e influenciadora Cíntia Chagas.>
Em sua manifestação, Bove negou as acusações e afirmou que o caso reflete uma seletividade da militância feminista, que, segundo ele, trata a palavra de mulheres como verdade absoluta, sem apuração concreta. O parlamentar declarou ainda que esse tipo de postura “esvazia uma pauta digna e importante” para as vítimas reais de violência doméstica.>
O deputado argumentou que o pedido de prisão teria sido solicitado pela outra parte apenas porque ele respondeu a uma pergunta sobre fatos que já eram públicos.>
A decisão saiu recentemente e segundo Lucas, "a imprensa soube a informação antes dele". Ainda conforme ele informou ao "Portal Léo Dias", ele só foi indiciado por ‘violência psicológica’. Mas, ele destaca a existência de um laudo oficial do IMESC, além de declarações da vítima que revelam não tem havido dano psicológico e que isto teria sido "ignorado pela delegada" do caso.>
Bove também contestou o comportamento de Cíntia Chagas, afirmando que ela desrespeitou o segredo de justiça ao falar publicamente sobre o caso. Segundo ele, Cíntia teria dito que ele havia atirado uma faca nela, mesmo a delegada do caso afirmando não ter havido o fato e contesta que "nada acontece" com relação à ex.>
Segundo o parlamentar, há um desequilíbrio no tratamento dos casos de violência de gênero e a que "a militância feminista que alcançou o poder público deixa claro que, se você for mulher, não precisa cumprir as regras impostas pela Justiça" e ainda ressalta que sente "vergonha" em nome das "verdadeiras" vítimas de violência, que conforme ele reforça, "muitas vezes deixam de denunciar pela descredibilização que as falsas denúncias trazem à causa".>
Em resposta, Cíntia Chagas se pronunciou publicamente. “Trata-se de um homem público, e é moralmente inaceitável que agressores de mulheres permaneçam investidos em funções de poder. A violência contra a mulher não se circunscreve à esfera privada: constitui crime e afronta à dignidade humana. Que a lei siga o seu curso e que, como sempre, a verdade prevaleça. A todas as mulheres que enfrentam a violência, deixo uma mensagem: não se calem. O silêncio protege o agressor”, escreveu.>
Durante participação no programa GloboNews Debate na última terça-feira (21), ao lado da ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB), Cíntia reconheceu que hoje entende melhor as críticas que fazia ao feminismo e reforça que "a raiva que eu tinha das feministas, vinha daquilo que vivia em casa, no seu casamento".>
Por: Elias Felippe (Estagiário sob supervisão de Danielle Zuquim, editora-chefe da manhã).>