Publicado em 7 de dezembro de 2025 às 18:38
Milhares de pessoas vestidas de preto, roxo ou lilás, cores que simbolizam a luta contra a violência de gênero, ocuparam a Avenida Paulista neste domingo (07), durante ato convocado pelo movimento Levante Mulheres Vivas. Segundo estimativa do Monitor do Debate Político da USP, cerca de 9,2 mil manifestantes compareceram ao protesto no início da tarde; no pico da mobilização, o número teria chegado a 10,3 mil pessoas.>
O ato começou por volta das 14h, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (MASP), e se encerrou por volta das 16h. Além da capital paulista, o Levante Mulheres Vivas convocou manifestações simultâneas em pelo menos 20 estados brasileiros, do Norte ao Sul, visando denunciar a escalada da violência contra mulheres e exigir medidas concretas de prevenção e combate ao feminicídio.>
Vozes e reivindicações da mobilização>
Com cartazes e palavras de ordem, os manifestantes denunciaram a insegurança constante enfrentada por mulheres no Brasil. “Chega de silêncio”, “Justiça já” e “Vida digna para as mulheres” foram algumas das frases mais vistas nas placas. Em discursos emocionados, representantes de ONGs e sobreviventes de violência relataram casos que ilustram a urgência do combate às agressões por gênero e exigiram que o Estado implemente políticas estruturadas de proteção.>
A página oficial do movimento orientou os participantes a vestirem preto, roxo ou lilás, e o resultado foi uma grande onda de solidariedade visual e simbólica, com centenas de famílias, jovens e idosos presentes. A atmosfera pacífica e ordeira chamou a atenção de quem observava o ato do alto dos prédios da avenida.>
Contexto que sustenta o protesto>
O protesto ganha força num contexto alarmante: dados recentes do governo apontam que o país registrou em 2024 1.450 feminicídios, além de outros milhares de casos de homicídios dolosos contra mulheres e lesões seguidas de morte.>
Embora o número total de crimes violentos tenha apresentado leve queda em 2024, as mortes por violência de gênero seguem em patamar elevado, ressaltando a fragilidade da proteção institucional.>
Organizações da sociedade civil interpretam esses dados como indicativos de que os mecanismos de prevenção e proteção ainda são insuficientes, e veem no protesto deste domingo uma forma de pressionar autoridades por mudanças efetivas.>
O que os manifestantes pedem>
• Políticas públicas robustas de prevenção e combate à violência contra a mulher.>
• Maior agilidade na investigação e punição de feminicídios e agressões — com foco em casos recorrentes.>
• Ampliação da rede de acolhimento a vítimas: centros de apoio, casas-abrigo e assistência psicológica.>
• Educação e conscientização sobre igualdade de gênero desde a base escolar para evitar novos casos de violência.>