Médico brasileiro tem visto americano suspenso após postagem polêmica sobre assassinato de ativista

O médico brasileiro Ricardo Jorge Vasconcelos Barbosa teve o visto dos Estados Unidos proibido após uma postagem que elogiaram o assassinato do ativista conservador Charles Kirk, de 31 anos, viralizar nas redes sociais. A mensagem em questão dizia: “um salve a este companheiro de mira impecável. Coluna cervical”.

O anúncio da suspensão do visto foi feito pelo vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, no sábado (13). Paralelamente, o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) instaurou sindicância para apurar a conduta do médico, enquanto a clínica particular Recife Day Clinic informou ter desligado Barbosa de forma definitiva.

Em nota divulgada neste domingo (14), o médico pediu desculpas à família de Kirk, alegando que a postagem foi distorta. “Trata-se de uma colocação infeliz, descontextualizada e divulgada por pessoas alheias ao meu círculo. Peço desculpas à família enlutada e registro que montagens e sobreposições de imagens distorceram o conteúdo original, em nada condizendo com os princípios que sempre nortearam minha conduta pessoal e profissional: o respeito à vida e à ética”, declarou.

Barbosa ainda afirmou que ele e sua família, incluindo esposa e irmãos, têm recebido ameaças e todas as pessoas envolvidas serão denunciadas às autoridades.

O caso de Charles Kirk

O ativista conservador foi assassinado a tiros no pescoço enquanto discursava em um evento na Universidade de Utah Valley. O suspeito do crime, Tyler Robinson, de 22 anos, foi preso. De acordo com o FBI, estojos de balas apreendidos junto à arma continham mensagens e referências a símbolos antifascistas e homofóbicos.

Kirk deixa esposa e dois filhos.

Investigações e desdobramentos

O Cremepe recebeu denúncia sobre a conduta do médico e informou que seguirá o rito processual de apuração, mantendo sigilo para garantir a lisura da investigação.

No currículo profissional, Barbosa informa ser formado em medicina pela UFPE e ter residência em neurocirurgia no Hospital da Restauração, além de treinamentos na Dinamarca. Atualmente, atuava na Restauração, no Hospital Unimed III e na clínica particular Recife Day Clinic.

A Unimed divulgou nota afirmando que analisará o caso com “máxima brevidade” em reunião extraordinária do Conselho de Administração, considerando a gravidade da conduta. Já a clínica particular destacou que “o profissional foi banido definitivamente das atividades”, reforçando compromisso com ética médica, respeito à vida e acolhimento humano.

O episódio provocou repercussão internacional e local, envolvendo órgãos de classe, empregadores e autoridades americanas, além de debates sobre conduta profissional e responsabilidade nas redes sociais.