Megaoperação da Polícia Civil mira rede de lavagem de dinheiro ligada ao crime organizado em SP

Ação cumpre mais de 50 mandados e bloqueia centenas de bens usados para ocultar valores de tráfico, estelionato e jogos de azar.

Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 08:37

Megaoperação da Polícia Civil mira rede de lavagem de dinheiro ligada ao crime organizado em SP
Megaoperação da Polícia Civil mira rede de lavagem de dinheiro ligada ao crime organizado em SP Crédito: Reprodução/SSP

A Polícia Civil de São Paulo desencadeou, na manhã desta quinta-feira (04), uma das maiores ações já realizadas pela corporação contra estruturas usadas para disfarçar recursos obtidos por organizações criminosas. A ofensiva, batizada de Operação Falso Mercúrio, tem como alvo um grupo especializado em transformar em “dinheiro limpo” valores provenientes de tráfico de drogas, estelionato e exploração de jogos de azar.

Ao todo, foram autorizados pela Justiça 54 mandados, sendo seis de prisão e 48 de busca e apreensão em endereços espalhados pela capital e por municípios da Grande São Paulo. As decisões judiciais incluem ainda o bloqueio de contas bancárias pertencentes a 20 pessoas físicas e 37 empresas ligadas ao esquema, além do sequestro de 49 imóveis, 257 veículos e três embarcações, patrimônio que, segundo as investigações, era mantido para sustentar o alto padrão de vida dos envolvidos.

De acordo com a polícia, a estrutura criminosa era organizada em três frentes: coletores, responsáveis por recolher o dinheiro ilícito; intermediários, encarregados de movimentar e ocultar os recursos; e beneficiários finais, que recebiam os valores já mascarados. A engrenagem, segundo os investigadores, movimentava milhões de reais e atuava como um verdadeiro “departamento financeiro” a serviço do crime.

As apurações também reforçaram a suspeita de que o grupo tinha conexão direta com o Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do estado. A rede seria responsável por dar suporte ao braço econômico da organização, garantindo a circulação e o reaproveitamento do dinheiro ilícito sem chamar atenção de órgãos de controle.

O nome da operação, Falso Mercúrio, faz referência ao deus romano do comércio, mas também dos trapaceiros, simbolizando o papel desempenhado pela quadrilha ao oferecer serviços de lavagem para outras ramificações criminosas.

Mais de 100 policiais civis participam das ações desta manhã, que seguem em andamento para localizar todos os alvos e consolidar o material apreendido.