Moraes vota para condenar 5 e absolver 2 PMs no caso dos atos de 8 de janeiro

Sete policiais militares da PMDF são julgados no STF por omissão durante as invasões aos prédios dos Três Poderes

Publicado em 28 de novembro de 2025 às 14:01

Sete policiais militares da PMDF são julgados no STF por omissão durante as invasões aos prédios dos Três Poderes
Sete policiais militares da PMDF são julgados no STF por omissão durante as invasões aos prédios dos Três Poderes Crédito: Reprodução

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início, nesta sexta-feira (28), ao julgamento de sete policiais militares do Distrito Federal acusados de omissão durante os atos de 8 de janeiro. Os réus são ex-integrantes da cúpula da Polícia Militar do DF (PMDF) e são responsabilizados pela falta de ação frente aos ataques que resultaram na invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes.

O processo está sendo analisado pela Primeira Turma do STF, em uma sessão virtual. Na manhã desta sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, apresentou seu voto, sugerindo a condenação de cinco dos réus a 16 anos de prisão, além de 100 dias-multa, e a absolvição de dois.

Os acusados incluem o coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da PMDF, o coronel Klepter Rosa Gonçalves, ex-subcomandante-geral, e outros oficiais da corporação, como o major Flávio Silvestre de Alencar e o tenente Rafael Pereira Martins. Moraes defendeu que Flávio Silvestre e Rafael Pereira fossem absolvidos, mas pediu a condenação dos outros cinco, incluindo o pagamento de R$ 30 milhões em danos morais coletivos e a perda dos cargos públicos.

No seu voto, Moraes destacou que o 8 de janeiro foi facilitado pela "omissão dolosa" das autoridades responsáveis pela segurança pública, afirmando que os réus teriam agido de forma consciente, contribuindo para os objetivos golpistas dos manifestantes. O ministro também ressaltou que os crimes começaram antes do segundo turno das eleições presidenciais de 2022 e se estenderam até o momento da invasão, o que indica uma omissão estruturada e premeditada.

O julgamento segue com os votos dos outros três ministros da Primeira Turma, que têm até o dia 5 de dezembro para se manifestar. Os sete policiais militares respondem por diversos crimes, incluindo abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado, entre outros.

Como funciona o julgamento virtual

No sistema de plenário virtual, o relator no caso, o ministro Moraes insere seu voto, e os outros ministros podem acompanhar e votar com ou contra ele. O resultado final pode ser decidido no mesmo dia de abertura ou nos dias seguintes, dependendo dos votos dos demais ministros.