MPF recorre contra decisão que libertou Vorcaro e executivos do Banco Master

O órgão pede que as prisões preventivas sejam restabelecidas.

Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 16:53

O órgão pede que as prisões preventivas sejam restabelecidas.
O órgão pede que as prisões preventivas sejam restabelecidas. Crédito: Reprodução/TV Globo

O Ministério Público Federal (MPF) entrou com recurso para reverter a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) que colocou em liberdade o empresário Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, e outros quatro executivos da instituição, investigados na Operação Compliance Zero. O órgão pede que as prisões preventivas sejam restabelecidas.

Vorcaro é apontado como suspeito de liderar um esquema de fraude de aproximadamente R$ 12 bilhões. O caso deve ser analisado já na próxima semana pela 10ª Turma do TRF-1.

A soltura foi determinada nesta sexta-feira (28), em decisão individual da desembargadora Solange Salgado da Silva. Ela impôs medidas cautelares aos investigados, como uso de tornozeleira eletrônica e proibição de sair do país. Segundo a magistrada, apesar da gravidade dos fatos, essas restrições seriam suficientes, no momento, para impedir riscos à investigação, à ordem econômica e evitar fuga.

Além de Vorcaro, o MPF também quer o retorno à prisão de:

• Augusto Ferreira Lima, ex-CEO e sócio do Banco Master;

• Luiz Antônio Bull, diretor de Riscos, Compliance, RH, Operações e Tecnologia;

• Alberto Felix de Oliveira Neto, superintendente executivo de Tesouraria;

• Ângelo Antônio Ribeiro da Silva, sócio da instituição.

No recurso, a Procuradoria Regional da República argumenta que a gravidade do caso e o valor expressivo do suposto esquema justificam a prisão preventiva. Para o MPF, há alto risco de fuga, de destruição de provas e de ocultação de bens que ainda não foram apreendidos.

A Procuradoria também alerta que os investigados têm acesso a “sofisticados meios logísticos, financeiros e tecnológicos”, o que permitiria manter as práticas criminosas de forma remota e combinar versões com outros envolvidos.

Segundo o MPF, apenas a prisão pode evitar a continuidade das irregularidades e proteger o andamento das investigações:

“A segregação cautelar é a única medida capaz de reduzir a capacidade de comando da organização criminosa, mitigar a destruição de provas e impedir a fuga dos investigados”, diz trecho do recurso.

Com informações do G1