Publicado em 2 de novembro de 2024 às 14:41
O Ministério Público do Trabalho em São Paulo foi notificado para investigar supostas infrações laborais na Rede Brasil Pacto Global, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas que promove a agenda de desenvolvimento sustentável entre as empresas. A notificação lida com situações de assédio moral.
12 funcionários encaminharam a notificação ao MPT-SP, apontando violações cometidas pelos atuais CEO e CSO da empresa, Carlo Pereira e Otávio Toledo, respectivamente.
De acordo com o relato de oito denunciantes e três testemunhas, as ações dos diretores incluem ordens dadas aos berros, humilhações públicas e jornadas de trabalho superiores a 12 horas diárias.
As mulheres são as principais denunciantes. Em uma situação, Pereira teria esmurrado uma mesa e advertido uma colega devido ao assunto de uma reunião. "Eu sou o CEO desta porra e determino o que é mais adequado." Por outro lado, Toledo teria qualificado as colegas como "incapazes", "imaturas" e "burras", e desautorizado uma delas por "só dizer besteira".
Desde 2022, os funcionários registram queixas sobre ambos no departamento de recursos humanos e no site do Pacto Global da ONU. No entanto, pelo menos parte dessas queixas foi descartada após uma investigação interna da entidade. Naquele momento, o CEO teria zombado publicamente das reclamações, que deveriam permanecer em segredo.
No mês passado, o Pacto Global da ONU recebeu novas queixas contra os dois diretores, iniciando um novo processo com o auxílio de um escritório de advocacia externo.
Carlo Pereira e Otávio Toledo negaram as condutas abusivas: "Estou absolutamente seguro de que meu comportamento sempre esteve em consonância com os valores que defendo", declarou o primeiro em comunicado para a imprensa.
"Nunca desrespeitei ou humilhei qualquer membro da nossa equipe em nosso local de trabalho", complementou o CSO.
Ambos estão atualmente em período de férias, enquanto decorre a nova avaliação interna do Pacto Global da ONU.
A ONU Brasil comunicou que enviou queixas internas para a sede do Pacto Global, localizada em Nova York, nos Estados Unidos. A entidade anfitriã afirmou que irá abordar o caso brasileiro com a maior urgência possível.