Mulher afirma que violência doméstica praticada pelo marido era'ritual para quebrar feitiço'

Apesar da mulher ter minimizado o caso por suposta “obra espiritual”, o tribunal aceitou pedido da Delegacia da Mulher e voltou atrás na soltura de Hayldon Maia de Brito.

Publicado em 27 de novembro de 2025 às 11:29

Mulher afirma que violência doméstica praticada pelo marido era'ritual para quebrar feitiço'
Mulher afirma que violência doméstica praticada pelo marido era'ritual para quebrar feitiço' Crédito: Reprodução/Redes Sociais

A Justiça do Maranhão voltou a atuar no caso de agressão doméstica que ganhou repercussão nas redes sociais: nesta terça-feira (25), foi decretada a prisão preventiva de Hayldon Maia de Brito, acusado de violentar a ex-esposa no município de Imperatriz. A medida atende solicitação da Delegacia da Mulher e manifestação do Ministério Público, revertendo a liberdade provisória concedida anteriormente.

As agressões ocorreram na madrugada de domingo (23), quando Hayldon embriagado, forçou a mulher a ingerir bebida alcoólica e passou a agredi-la com tapas no rosto enquanto ela estava imobilizada. O crime foi gravado pelo filho do casal, de 14 anos, que acionou a polícia. A vítima foi levada a um hospital com ferimentos.

Apesar das evidências, um vídeo divulgado posteriormente mostrava a mulher alegando que não se tratava de agressão, mas de uma suposta “obra de feitiçaria”: segundo ela, o marido estaria apenas desfazendo um ritual que teria sido feito para separar o casal. “Não foi agressão… ele estava tirando a feitiçaria”, declarou.

Apesar da explicação, autoridades criminais consideraram o contexto grave o suficiente para representar risco à vítima, justificando o retorno da prisão. A decisão da magistratura vem após a Delegacia da Mulher e o MP reforçarem o pedido de prisão preventiva, diante da gravidade dos fatos e do histórico do acusado.

Hayldon já respondia por homicídio cometido em 2012, fato que pesou na reavaliação da liberdade provisória concedida inicialmente.

Com a nova ordem judicial, o agressor deve permanecer detido enquanto a investigação prossegue. A polícia e o sistema de Justiça reforçam que a crença pessoal ou religiosa não pode justificar atos de violência, e que registrar o crime em vídeo confirmou a ocorrência e a materialidade do delito.