Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 10:50
Uma ação deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo na manhã desta quarta-feira (10), colocou sob investigação três policiais civis do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc). Segundo a Promotoria, os agentes são suspeitos de participar de um esquema de corrupção cujo objetivo seria interromper uma investigação envolvendo um integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC). Dois deles tiveram prisão preventiva decretada.>
Além dos policiais, um advogado também entrou na mira da operação, acusado de atuar como intermediário no pagamento de propina e de participar de um possível processo de lavagem de dinheiro. A Justiça autorizou buscas em endereços ligados aos suspeitos e na sede do Denarc, no bairro do Bom Retiro, região central da capital paulista.>
A investigação aponta que o grupo teria recebido R$ 1 milhão, valor que agora está sob bloqueio judicial, para paralisar a apuração que envolvia o traficante conhecido como “Costurado”, responsável por parte da logística financeira da facção criminosa. O Ministério Público afirma que, após o suposto repasse, os agentes passaram a adquirir imóveis, ampliando um patrimônio considerado incompatível com seus salários.>
O advogado investigado já possui histórico criminal e foi condenado anteriormente em um caso de extorsão mediante sequestro e associação criminosa.>
O ponto de partida da investigação remonta ao ano passado, quando um homem foi preso em flagrante transportando 345 kg de drogas escondidos no fundo, falso de um caminhão frigorífico. Durante a análise de dados telemáticos, os promotores tiveram acesso a um vídeo que mostra uma conversa sobre o pagamento de propina para que a investigação sobre “Costurado” fosse interrompida.>
A gravação, datada de 23 de maio de 2024, registra uma videochamada entre três dos quatro alvos da operação e menciona o quarto investigado. Mesmo após a localização de um laboratório de refino associado ao criminoso, na cidade de Jarinu, interior de São Paulo, a apuração teria sido travada, indício que levantou suspeitas sobre interferência indevida dentro do Denarc.>
Com o avanço do caso, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) solicitou ao Judiciário o bloqueio de bens e o sequestro de valores, além das prisões preventivas. As medidas foram autorizadas pela Justiça e estão sendo cumpridas ao longo do dia.>
A Promotoria deve aprofundar a análise de documentos e materiais apreendidos para identificar a extensão da suposta participação dos investigados e possíveis novos envolvidos. O caso segue sob sigilo.>